Soluções ao alcance

1 de junho de 2023 às 7h19

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Crédito: Adobe Stock

Como ainda há pouco foi lembrado neste espaço, o Brasil, que voltou a ocupar lugar no vergonhoso mapa mundial da fome, ocupa espaço também entre os principais produtores mundiais de alimentos, além de figurar entre os campeões de desperdício de alimentos. Mais que contradições, cabíveis apenas em visões simplistas da questão, os dados divergentes e absurdamente contraditórios resultam de políticas públicas equivocadas, de erros que foram perpetuados ao longo do tempo, como se o País pudesse se permitir luxos que não estão ao seu alcance. Caso típico do que estamos tentando demonstrar é, ou era no caso de Belo Horizonte, da proibição de reaproveitamento de alimentos processados e não consumidos, caso de restaurantes que, todos os dias, ao final da jornada, viam-se obrigados a descartar grandes quantidades de alimentos não consumidos, impedidos que estavam de doá-los ou permitir que a população carente os recolhesse.

Assim vai para o lixo, às vezes quimicamente inutilizados para impedir o consumo, toneladas e toneladas de alimentos preparados em restaurantes mas não consumidos. Por conta do raciocínio – ou da falta – de algum político ou burocrata distante léguas da realidade, que para “proteger” quem poderia se alimentar, dos riscos de acessar produtos impróprios para consumo. Pior também para os processadores desses alimentos que, caso utilizados e provocassem qualquer dano, seriam responsabilizados e teriam que arcar com as consequências. Em Belo Horizonte, por conta da Câmara dos Vereadores, não é mais assim e alimentos em quantidade talvez suficiente para atender a toda população de rua poderá ser bem aproveitado. E sem que sejam abandonados os controles e cuidados necessários.  Decisão que chega em boa hora e que está por ser imitada em todo o País.

Agora, vencidas as barreiras da insensibilidade ou, antes, da falta de inteligência, é preciso agora dar consequências práticas, e rápidas, ao que foi decidido, uma vez que não se trata simplesmente de deixar que indigentes recolham os alimentos que sobram. Existe uma rede de voluntários que, quase sempre com muitos sacrifícios, tenta ocupar espaços deixados vagos para oferecer o mínimo a quem nada tem. A soma desses esforços, se melhor articulados poderá, e em muito pouco tempo, produzir o milagre de acabar com a fome ou pelo menos mitigá-la muito. Estamos propondo que se organize, em regime cooperativo, a coleta e distribuição dos alimentos que sobram nos restaurantes, assim como frutas, legumes etc, tidos como impróprios para o consumo comercial mas perfeitamente adequados para o prato de quem tem fome.

Sim, dá para fazer, pode ser feito e representar para milhares de pessoas o fim da fome.

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