Vendas de Natal cresceram 3,1% em 2019

31 de janeiro de 2020 às 0h03

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Crédito: Fábio Ortolan

São Paulo – Após a polêmica sobre o número de vendas de Natal em shoppings, a Abrasce, associação do setor, divulgou ontem que o comércio cresceu 3,1%, em valores nominais, ou seja, sem descontar a inflação.

A taxa é inferior à divulgada pela Alshop, associação de lojistas de shoppings, que no fim de 2019 informou um crescimento nominal de 9,5%.

Os números não têm a mesma base de comparação porque a Alshop considera o período de vendas de Natal de 1º a 20 de dezembro. A Abrasce usa dados da Cielo, que contabiliza o período de 19 a 25 de dezembro.

O mais próximo disso, no balanço da Abrasce, é que as vendas nominais no mês todo cresceram 5,5%.

Glauco Humai, presidente da Abrasce, mencionou que as vendas reais foram de 2,5%, mas ele se enganou ao fazer um cálculo proporcional usando a inflação de dezembro.

A polêmica de Natal iniciou em 28 de dezembro. A Ablos, associação criada há um ano e que agrega cerca de cem lojistas-satélite, questionou a divulgação da Alshop, que apontou para aumento de 9,5% nas vendas.

A Ablos não reúne lojas-âncora, as redes do varejo que possuem maiores espaços, como Renner e C&A. Tem entre os associados marcas como M.Officer, SideWalk, Casa do Pão de Queijo e Khelf.

Segundo o presidente da entidade, Tito Bessa Jr., nenhum de seus lojistas foi consultado à época. A associação questionou a base técnica do estudo que chegou aos 9,5%.

A Alshop, por sua vez, disse que realizaria evento para apresentar como são feitas as pesquisas em janeiro. Depois, desistiu do encontro e informou que enviaria o balanço até o fim do mês.

Também reforçou que se tratava de uma estimativa e mencionou a Abrasce ao informar como monta sua projeção.

O dado ainda não foi apresentado e, segundo a entidade, deve sair até hoje.

Ontem, Humai disse que não existe troca técnica de números entre as duas entidades, apenas conversas sobre estimativas. Em dezembro, ele teria informado ao presidente da Ablos que a entidade lidava com uma estimativa de alta de 7%.

“Não trocamos nenhum dado técnico com a Alshop. Estávamos conversando sobre o resultado do ano e eu falei que a expectativa do Natal era de 7%”, afirmou.

Faturamento dos shoppings – O faturamento dos shoppings cresceu 3,4% em termos reais em 2019, segundo a Abrasce. O crescimento nominal foi de 7,9%. As vendas acumuladas foram de R$ 192,8 bilhões no ano.

Em 2018, a alta foi de 6,5%.

Humai atribui o resultado ao crescimento de vendas em todas as datas comemorativas, à queda de juros e à leve retomada da economia.

O número de lojas aumentou 1% de 2018 a 2019, com 5 mil inaugurações. A ocupação, segundo a Abrasce, ficou em 95,2%. Durante a recessão, a taxa chegou a 93%.

Foram inaugurados 11 empreendimentos em todas as regiões, com exceção do Norte. São 577 shoppings hoje no Brasil.

Para 2020, a expectativa é de crescimento de 7%, com a previsão de inauguração de 19 shoppings, o maior número desde 2014.

“Consideramos crescimento do PIB de 2,3%, inflação abaixo de 4%, Selic entre 4,25% e 4,5% e manutenção da grande oferta de crédito”, afirmou Humai.

O setor já leva em conta um possível impacto nos negócios com a epidemia do coronavírus na China. “Se a economia da mola motriz [China] cair 2%, basicamente todo comércio internacional pode ser afetado. Vai impactar o turismo e a renda”, diz. (Folhapress)

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