Tecnologia favorece setor no País

26 de outubro de 2018 às 0h07

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A média de matriz energética renovável do Brasil é de 50%, enquanto em todo o mundo o indicador equivale a 13% - Crédito: Divulgação/Enel

O reforço do uso da energia solar e o avanço da presença dos carros elétricos são duas grandes vertentes para que o Brasil fortaleça sua matriz de energia renovável. Essa é a avaliação do consultor da área de energia e ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson José Hubner Moreira, que participou, em Belo Horizonte, do encontro Projeções Energéticas: Matriz Energética para 2050, promovido pela Fumsoft em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Segundo Hubner, comparativamente com outros países, o Brasil tem uma situação confortável em relação à matriz energética renovável. Enquanto a média mundial de matriz renovável é de 13%, no País é de aproximadamente 50%. Só em relação à energia elétrica, em 2017, 68% do total gerado foi proveniente de fontes hídricas. Em 2011, esse índice chegou a 92%, mas teve queda devido aos períodos de seca.

E ele explica que, no dia a dia do cidadão comum, a mobilidade é um dos principais focos a ser trabalhado para que fontes renováveis de energia ganhem força. E, mesmo nesse quesito, o Brasil mostra avanço, já que é forte na produção e utilização do biocombustível etanol, o que contribui para a redução da emissão do gás carbônico.

Mas, para um cenário futuro, está traçado o avanço do carro elétrico. Hubner explica que movimentos já em andamento em outros países vão acelerar a presença desse veículo no Brasil. Ele informa que, na Alemanha, onde estão sediadas grandes fabricantes de automóveis, a legislação determina que, a partir de 2020, não sejam mais produzidos veículos com motor a combustão. Naquele país, a partir de 2025, será proibida a circulação desse tipo de veículo.

Também para reforçar a matriz renovável de energia, Nelson Hubner cita o incremento do uso da energia fotovoltaica. Segundo ele, com o avanço da tecnologia, está havendo a redução do preço dessa energia.

Ele aposta no avanço da geração distribuída, que prevê pontos de geração de energia junto aos pontos de consumo. O consultor acredita que os municípios vão incluir em suas legislações normas para que novas edificações já tenham a instalação de placas solares suficientes para gerar energia a seus moradores. “Se não houver espaço suficiente para a colocação de placas em um prédio em Belo Horizonte, por exemplo, o condomínio pode criar um sítio para gerar energia no Norte de Minas e ir descontando o valor em sua conta”, exemplifica.

Novos encontros – Outros cinco encontros sobre o tema energia serão promovidos pela Fumsoft, instituição sem fins lucrativos fomentadora de tecnologia, inovação e empreendedorismo. A próxima rodada está marcada para 31 de outubro, na sede da Fumsoft, em Belo Horizonte, e terá como tema Geração de Energia: Fontes Energéticas para o Futuro.

Ao final da rodada de discussões, as conclusões serão costuradas em um documento que traçará formas concretas de como o cidadão comum, o poder público e a iniciativa privada podem agir para potencializar o avanço de novas matrizes energéticas.

Os encontros são realizados dentro do projeto Minas 2050, que reúne atores importantes da área de Tecnologia da Informação (TI) para promover amplo debate que aponte diretrizes de longo prazo para reforçar nacionalmente a relevância do setor de TI do Estado. CEO da Fumsoft, Jéssica Martins explica que o projeto trabalha formas de se pensar o futuro, de construir um sonho coletivo para Minas e de definir diretrizes para que ele se torne realidade. “A tecnologia abre caminhos para que os sonhos se realizem de forma mais rápida”, diz.

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