Tereza Cristina defende novas regras para agrotóxicos

9 de novembro de 2018 às 0h01

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Crédito: Divulgação

Brasília – Tereza Cristina, que foi indicada por Jair Bolsonaro para ocupar o cargo de ministra da Agricultura no novo governo, disse que haverá muito espaço para debate do “polêmico” projeto que atualiza a lei sobre pesticidas agrícolas, e defendeu o texto dizendo que ele favorecerá o agronegócio.

O projeto de lei, disse ela, deverá garantir maior competitividade para os agricultores brasileiros, que poderiam ter acesso a novos e mais eficazes produtos para combater pragas e doenças no campo, já utilizados em outros países.

“Terá muito espaço de debate ainda (sobre o projeto), ele passou na comissão (na Câmara), é um assunto polêmico, mas os agrotóxicos diferentemente do que muitos dizem… a comissão especial, ela trouxe a modernização. É você dar a opção do produtor brasileiro usar as mesmas moléculas que são usadas lá fora”, declarou.

O texto vem sendo alvo de críticas de setores da sociedade, por supostamente apressar avaliações dos agroquímicos quanto a danos ao meio ambiente e à saúde humana.
Mas a futura ministra, coordenadora da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que representa a poderosa bancada do agronegócio, nega que isso poderá acontecer, destacando que os produtos continuarão sendo avaliados pelos ministérios do Meio Ambiente, Saúde e Agricultura.

“No projeto não se fala nada mais além disso e nem tira poder de ninguém, cada (ministério) um vai estar dentro da sua casa opinando. Os três que sempre fizeram isso, a Agricultura, a Saúde através da Anvisa e o meio ambiente através do MMA”, declarou.

A proposta prevê registros temporários para agroquímicos já aprovados em outros países – desde que os produtos não tenham sido liberados em um prazo de 24 meses pelos órgãos competentes no Brasil.

Segundo representantes da indústria de agroquímicos, enquanto em outros países o tempo médio para uma análise de pesticidas leva de dois a três anos, no Brasil o processo demanda em torno de oito.

A proposta, contudo, foi questionada pelo Ministério Público Federal.

Meio Ambiente – Questionada se o agronegócio influiria na escolha do novo ministro do Meio Ambiente, Cristina afirmou que o escolhido “tem que ser o perfil que o governo quer”.
“O presidente (eleito) tem dito aí várias vezes que ele quer acabar com indústria da multa, que ele quer acabar com viés ideológico, ser altamente técnico. Eu concordo, e não só eu, como todos os produtores brasileiros esperam isso do presidente Jair Bolsonaro.”

Segundo ela, “o produtor rural é um grande preservador”, diferentemente do que pensam aqueles que acusam o setor de colaborar com o desmatamento.

Conselheiros de Bolsonaro no setor, como Luiz Antônio Nabhan Garcia, têm dito que a “indústria de multas” da área de Meio Ambiente traz insegurança jurídica para o campo e limita investimentos.

A futura ministra disse também que seria preciso, por exemplo, liberação de licenças ambientais com mais agilidade.

Prioridades – Segurança no campo e mais acordos comerciais para ampliar exportações também foram citados como prioridades para a agropecuária do País por Tereza Cristina, deputada federal reeleita pelo DEM de Mato Grosso do Sul.

“O que os produtores esperam é segurança jurídica, defesa da propriedade e um Ministério da Agricultura mais moderno, mais acordos comerciais, isso eu preciso conversar”, disse Cristina, ao ser questionada por jornalistas mais cedo sobre qual será a cara do novo ministério.

Ela disse que conversará com o presidente eleito sobre a estrutura do ministério na próxima terça-feira. “Eu ainda estou discutindo com algumas pessoas, vou receber as pessoas do ministério, eu acho que nós temos pontos muito importantes, principalmente a parte de comércio exterior. Os convênios, os acordos bilaterais que nós temos de ter, ver aí o posicionamento desse problema do mercado de carnes, que é um mercado importantíssimo para nosso país…”, disse Cristina, destacando que ainda tudo é muito novo para ela. (Reuters)

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