Uma agenda regional para a economia criativa

7 de novembro de 2018 às 0h01

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Empreendimento conta com investimentos de R$ 45,7 mi - CRÉDITO:ALISSON J. SILVA

Minas é reconhecida pela sua diversidade geográfica e sua extensão, dois fatores que contribuem para que o Estado seja um espaço fértil para o desenvolvimento de atividades criativas. Mas quais ofícios podem ser considerados criativos? O conceito de “economia criativa” ainda não oferece um consenso sobre as atividades econômicas que estão sob este “guarda-chuva”. Uma contribuição objetiva para essa questão foi apresentada na última semana pelo Observatório P7 Criativo, que lançou o estudo Radar – Economia Criativa em Minas Gerais.

A pesquisa organiza a economia criativa em quatro grupos e treze subgrupos. São eles: Mídia (produção editorial, audiovisual, música); Cultura (patrimônio cultural, atividades artísticas, gastronomia); Tecnologia e Inovação (software, conhecimento); e Criações Funcionais (arquitetura, publicidade, moda, design, móveis). Com essa delimitação, torna-se possível dimensionar quantitativamente o setor. Passamos a saber, por exemplo, que Minas Gerais é o segundo estado com maior número de empregos formais na economia criativa, com 457.925 vagas ocupadas, atrás apenas de São Paulo, que tem 1.471.474.

Ainda, do total de empregos formais em MG, o grupo Cultura é o que mais emprega (54%). Em seguida está o grupo Criações Funcionais (30,3%), seguido por Tecnologia e Inovação (9,7%) e Mídia (6%).

O estudo, que utiliza dados de 2016 do Ministério do Trabalho, também apresenta dados sobre a distribuição das empresas e empregos entre os municípios mineiros, permitindo a identificação de vocações regionais, tendências de mercado e oportunidades de investimento. Tudo isso vem ao encontro da razão de ser do P7 Criativo: o fortalecimento da atividade econômica no Estado.

A necessidade de criação de uma agenda regional é um dos caminhos que a pesquisa aponta.

Por exemplo, no campo das Criações Funcionais, sabemos como o mercado mineiro da moda é dinâmico, do qual despontam grandes confecções, estilistas, joalheiros e artistas do couro e dos calçados. Hoje, o Minas Trend, iniciativa da Fiemg, é a agenda de referência da indústria da moda brasileira, gerando negócios para milhares de empreendedores.
Na Cultura, para além das cidades históricas, é preciso conectar mais, integrar a agenda do turismo à gastronomia regional. Temos que dar mais valor à diversidade do café, com seus distintos terroirs, como o Café do Cerrado e da Serra do Caparaó, assim como avançar na promoção dos queijos da Serra do Salitre, do Serro e Serra da Canastra.

Outro caminho passa por potencializar o artesanato do Norte de Minas nas feiras e eventos de negócios da Capital e de todo o País. Já para a famosa cachaça mineira, é preciso fortalecer o potencial do microprodutor para elevar sua integração com a economia formal e, com isso, com os grandes mercados e com o comércio exterior.

Na Capital, com suas inúmeras perspectivas para a tecnologia, mídia, inovação, arquitetura e design, precisamos de mais conexão, constituindo uma grande agenda de eventos que agregue valor a uma riqueza já existente. Neste aspecto, temos a sugestão de criar um “Calendário da Economia Criativa 2019”, em conjunto com a Prefeitura de Belo Horizonte.

O sucesso desta inciativa pode mostrar uma rota para trabalharmos com as cidades-polo e as especificidades regionais. Todos esses esforços, organizados, podem ser um novo eixo para revertermos o quadro de desindustrialização a que assistimos, tanto aqui como em todo o mundo.

Leonardo Guerra
Presidente Executivo da Associação P7 Criativo

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