Vendas do comércio varejista em Minas Gerais perdem o ritmo

14 de setembro de 2018 às 0h15

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A definição da alíquota cobrada sobre diesel, gás natural e GLP voltará a ser competência dos entes federativos, por meio do Confaz - CREDITO:CHARLES SILVA DUARTE

O comércio varejista mineiro confirmou uma tendência de recuo com o resultado negativo registrado no mês de julho. Segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda no volume de vendas foi de 2,8% em relação a junho deste ano, após recuo de 2,2% registrado na passagem de maio para junho.

Na comparação com julho de 2017 a queda foi de 5,9% e, considerando o comércio varejista ampliado (que abrange as atividades veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção), Minas Gerais apresentou recuo de 0,9% também na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Os resultados consecutivos de retração das vendas desde maio deste ano apontam uma perda de dinamismo do comércio no Estado e, na prática, mostram a tendência de declínio do setor na avaliação da economista do IBGE, Cláudia Pinelli.

“Temos observado quedas também na indústria e é preciso aguardar para analisar se ainda são reflexos da paralisação dos caminhoneiros ou se é uma situação definitiva na qual a economia vai mostrar que não está conseguindo se recuperar”, explicou.

As atividades que contribuíram de forma negativa para o resultado do comércio em julho foram móveis e eletrodomésticos e combustíveis e lubrificantes, com quedas acentuadas nas vendas de -25% e -22%, respectivamente.

No comércio varejista ampliado, o recuo foi um pouco menor porque a atividade Veículos, motocicletas, partes e peças têm superado a crise com aumento de demanda. O levantamento do IBGE mostrou que, na comparação com igual mês do ano passado, o aumento foi de 21,8% e, na variação acumulada em doze meses, a atividade apresentou avanço de 7% em julho.

As vendas do comércio em Minas Gerais apresentaram crescimento de 3,3% no acumulado de doze meses. Apesar do resultado positivo, a economista do IBGE ressaltou que o movimento é de desaceleração no acumulado que, em junho deste ano, registrou aumento de 4,1%.

“O acumulado demonstra exatamente a tendência de recuo do setor. Com as quedas acentuadas dos últimos meses, perdemos todo o ganho do início do ano. Minas estava com indicadores de acumulado melhores que o Brasil, mas também têm apresentado queda, seguindo a dinâmica nacional”, afirmou Cláudia Pinelli.

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Varejo e indústria têxtil – As vendas nacionais no varejo em julho de 2018 voltaram a mostrar um quadro de menor ritmo, com queda de 0,5% frente ao mês imediatamente anterior e recuo de 1% no confronto com julho de 2017. Os resultados mantêm a tendência negativa para o setor de têxtil, vestuário e calçados, contrariando a expectativa do início do ano, quando o prognóstico era favorável, mantendo o ritmo de crescimento visto em 2017.

Os dados do IBGE para julho mostram que a atividade registrou queda de -8,4% nas vendas na comparação com o mesmo mês do ano passado, recuo de -4,4% no acumulado do ano e crescimento de 1,2% no acumulado de 12 meses.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) considera o desempenho preocupante, principalmente se somado à conjuntura econômica atual. Na avaliação do presidente da Abit, Fernando Pimentel, a indústria têxtil está sob pressão de custos e com dificuldades de demanda, conforme apontam os resultados do varejo.

Segundo Pimentel, no início de 2018 a expectativa era de um crescimento de 3,5% a 4,5% para o varejo, o que puxaria a produção. No entanto, o prognóstico foi baseado em um crescimento do PIB da ordem de 2,5% a 3% que não deve acontecer de acordo com as últimas avaliações do Boletim Focus.

Além disso, o presidente da Abit ressaltou que o consumidor, que no ano passado optou pelo produto de vestuário, neste ano escolheu produtos de maior valor agregado que estavam reprimidos por falta de crédito uma vez que, em 2018, essa oferta melhorou e permitiu compras que demandam prazo de pagamento maior.

“Se o consumidor não compra, ele afeta todos os elos antecedentes da cadeia de produção e distribuição. A falta de uma estação bem definida no inverno prejudicou as vendas e, além disso, o crescimento menor do que o esperado para o PIB não permite recuperação do nível de emprego nem da renda real e isso reflete na indústria com a queda na demanda, redução da produção e menor geração de empregos”, afirmou.

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