Abate de bovinos no País sobe 4% no 3º trimestre; aves e suínos também avançam

13 de novembro de 2019 às 0h04

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Produção brasileira alcançou 2,16 milhões de toneladas de carcaças bovinas, alta de 8% - Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

São Paulo – O Brasil abateu 8,35 milhões de cabeças de bovinos no terceiro trimestre, aumento de 4% em relação ao trimestre anterior e de 0,5% versus o mesmo período do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem.

Já a produção atingiu 2,16 milhões de toneladas de carcaças bovinas no período, aumento de 8% em relação ao apurado no segundo trimestre e de 2,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, segundo os primeiros resultados da pesquisa Estatística da Produção Pecuária.

Os abates e a produção de carne de aves e suínos também avançaram no período, ainda que o setor de bovinos tenha registrado maior alta ante o segundo trimestre, notou o IBGE.

O aumento da produção de carnes do Brasil, maior exportador global de cortes bovinos e de frango, está sendo impulsionado principalmente pela demanda da China e de outros países da Ásia, notou o pesquisador Sergio de Zen, responsável pelas pesquisas de proteína animal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

“A China, não só a China, mas países do Sudeste Asiático estão drenando toda a proteína possível para lá. Mas temos que observar que a economia global, Estados Unidos e Europa, estão em fase de crescimento, pequeno, mas estão crescendo”, disse De Zen à Reuters.

Embora o Brasil consuma a maior parte de sua produção de carnes, a exportação garante parcela importante na demanda.

Em meio à forte demanda para a exportação de carne bovina, cujos embarques atingiram máxima histórica em outubro, os preços da arroba do boi e da carne estão em níveis recordes em São Paulo, importante termômetro para o mercado brasileiro.

A cotação da arroba do boi gordo engatou um movimento de alta e superou o valor de R$ 180 pela primeira vez na história, no estado de São Paulo, na última sexta-feira, segundo dados do Cepea. Ontem, atingiu R$ 183,30, alta de mais de 7% apenas no acumulado deste mês. No ano, o avanço é de mais de 25%.

Conjuntura complexa – Segundo o pesquisador do Cepea, além da demanda, o setor de carne bovina ainda registra uma conjuntura de baixa oferta de animais prontos para o abate. “Não tem o animal confinado nem o de pasto, dado que chuvas atrasaram em relação aos outros anos, é um movimento complexo”, disse o especialista.

Suínos e aves – Segundo a pesquisa do IBGE, o abate de suínos somou 11,67 milhões de cabeças no terceiro trimestre de 2019, um aumento de 2,4% em comparação com o trimestre passado e de 0,8% ante o mesmo trimestre do ano anterior.

O peso acumulado das carcaças suínas registrou 1,05 milhão de toneladas no terceiro trimestre, o que consistiu em aumentos de 3,3% em comparação com o trimestre imediatamente anterior e de 1,1% em relação ao terceiro trimestre de 2018.

Com as vendas para a Ásia impulsionando os negócios, a indústria do Brasil registrou em outubro receita de exportação de carne suína de US$ 149,6 milhões, maior valor para um único mês nos últimos dois anos, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A indústria de frangos também tem demonstrado força, com os abates somando 1,47 bilhão de cabeças no terceiro trimestre de 2019, alta de 3,3% na comparação com o trimestre anterior e de 3,1% em relação ao trimestre equivalente de 2018, informou o IBGE.

O peso acumulado das carcaças de frango foi de 3,45 milhões de toneladas no período, aumento de 3,2% frente ao trimestre imediatamente anterior e de 2,1% na relação ao terceiro trimestre de 2018. (Reuters)

China aprova 13 frigoríficos do Brasil

São Paulo – Treze estabelecimentos produtores de carnes do Brasil foram aprovados para exportar aos chineses, disse, em mensagem no Twitter, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ontem.

As novas aprovações ocorrem à medida que o país asiático lida com uma escassez de oferta de carne suína após seu rebanho ter sido reduzido pela peste suína africana. Com isso, a China tem ampliado compras de todas as proteínas de animais, especialmente do Brasil, grande exportador global.

Foram aprovadas cinco unidades de suínos, cinco de bovinos e três de aves, segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura.

Entre as plantas habilitadas, estão duas da JBS (uma de carne bovina, outra de suína) e duas de sua subsidiária Seara, ambas de suínos, de acordo com lista divulgada pela pasta horas após o anúncio.

Marfrig e BRF, que já haviam informado anteriormente possuir unidades na lista, têm a aprovação de duas plantas de carne bovina e uma de carne suína, respectivamente.

“Nas prévias da realização do encontro dos Brics (nesta semana), a notícia das novas habilitações dá o tom da parceria que China e Brasil estão construindo em prol da segurança alimentar e da ampliação da pauta comercial”, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, em nota.

“Já consolidado como principal fornecedor externo de frango para a China, o Brasil agora deve expandir sua participação, também, nas vendas de carne suína”, acrescentou Turra.

Habilitações – Agora, o Brasil passa a contar com 16 plantas habilitadas para exportar carne suína e 46 plantas para embarques de carne de frango, disse a ABPA, que representa produtores dessas duas proteínas.

Desde janeiro deste ano, a China assumiu a liderança entre os principais destinos das exportações da avicultura e da suinocultura do Brasil, segundo a ABPA. Entre janeiro e outubro, o país asiático importou 183,1 mil toneladas de carne suína (+40% em relação ao mesmo período do ano passado), gerando receita de US$ 429,8 milhões (+66%), de acordo com dados da ABPA.

De carne de frango, foram 444,7 mil toneladas (+22%) à China, com resultado cambial de US$ 931,7 milhões (+38%). Ao todo, 31,4% da carne suína e 13,3% da carne de frango exportadas pelo Brasil em 2019 foram embarcadas com destino à China, completou a associação. (Reuters)

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