Viajamos 1.300 km com o EcoSport Titanium equipado com tecnologia run flat

24 de maio de 2019 às 0h06

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Crédito: Amintas Vidal

AMINTAS VIDAL*

A atual febre dos utilitários esportivos (SUV) não apareceu do nada. No Brasil, a temperatura começou subir com a abertura do mercado aos carros importados. “Jipões” luxuosos estacionaram nas garagens de jogadores de futebol e de outros endinheirados, mas também povoaram os sonhos dos consumidores comuns.

Estranhamente, as montadoras não reagiram a essa demanda imediatamente e levaram longos 13 anos para começarem a oferecer um modelo nacional acessível. E foi a Ford quem deu o pontapé inicial. Em 2003, ela lançou o EcoSport, um SUV compacto construído sobre a plataforma do Fiesta.

Louro concedido aos pioneiros, o modelo dominou o mercado praticamente sem concorrentes, já que os importados estavam em uma faixa de preço bem superior. Mas, nem a própria Ford esperava tanta moleza, pois apenas em 2011 surgiu o segundo nacional no segmento, o Renault Duster.

O francês chegou a dar trabalho ao veterano, mas até ser lançada a segunda geração do EcoSport, em 2012. Daí para frente, os dois brigaram pelo bolo que, quase sempre, a Ford comia a maior fatia.

Já em 2015, tudo mudou. A Honda lançou o HR-V e, a Jeep, o Renegade. Ambos dominaram o mercado até 2016, quando o Jeep Compass, um modelo médio, mas com preço muito competitivo, emplacou 2017 e 2018 na liderança, à frente 12 modelos desse segmento que passaram a figurar entre os 50 automóveis mais vendidos no Brasil.

Nessa batalha com 13 concorrentes em campo, o EcoSport ainda se saiu bem para um veterano. Fechou 2018 com 34.497 unidades emplacadas, 6º lugar entre todos os SUVs do mercado.

Em 2019, com mais um modelo na disputa figurando entre os 50 mais vendidos, o Volkswagen T-Cross, até o fechamento do mês de abril o EcoSport se manteve na 6ª posição, com 10.333 unidades vendidas. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Reestilizada pela primeira vez, essa segunda geração do EcoSport adotou um motor mais moderno, 1.5 de três cilindros que substituiu o 1.6 de quatro cilindros, e, também, um câmbio automático de 6 marchas no lugar do automatizado de dupla embreagem, tecnologia que não se deu bem com as trepidações causadas por nossas vias mal conservadas.

O modelo ganhou novo interior e melhorou ainda mais os seus materiais de acabamento, “calcanhar de aquiles” da primeira geração. Externamente, o design está mais agressivo e atualizado com a identidade visual da Ford mundo a fora, mas a mudança mais radical ocorreu na traseira e, apenas, na versão topo de linha Titanium.

Crédito: Amintas Vidal

Estepe – Tiraram o estepe que era fixado na tampa do porta-malas e trocaram os pneus por modelos run flat na medida 205/50 R17, que possuem uma estrutura reforçada, principalmente nas laterais, e podem rodar furados por até 80 km de distância e em velocidade máxima de 80 km/h.

Um kit de bomba elétrica e líquido selante permite o reparo deste pneu para que o mesmo possa circular por mais 200 km até ser definitivamente reparado.

DC Auto recebeu EcoSport Titanium Plus 1.5 automático, 2020, para avaliação. No site da Ford seu preço sugerido é R$ 100,89 mil. Essa versão não oferece pacotes opcionais, apenas as cores metálicas por R$ 1,45 mil ou, a branca, por R$ 700,00.

Seus principais equipamentos de série são: ar-condicionado automático e digital, teto solar, direção com assistência elétrica, volante com ajuste em altura e profundidade revestido em material que imita couro, assim como os bancos que são revestidos na cor bege “Light Stone”.

Também estão presentes vidros elétricos dianteiros e traseiros com acionamento por um toque, abertura e fechamento global (portas, vidros e teto), partida por chave com sensor de presença e alarme antifurto, sete airbags (frontais, laterais, cortina e de joelhos para o motorista), controle eletrônico de estabilidade (ESC) e tração (TCS), freios ABS com EBD, sistema Isofix (ganchos de ancoragem cadeiras de crianças), assistente de partida em rampas (HLA), sistema anticapotamento, sensor de monitoramento individual de pressão dos pneus, sistema de monitoramento de ponto cego com alerta de tráfego cruzado (BLIS), sensor de estacionamento traseiro e câmera de marcha à ré com guias de esterço, farol de neblina dianteiro e faróis de xênon.

Completam o pacote de itens o acendimento automático dos faróis, espelho retrovisor interno eletrocrômico e sensor de chuva, além de computador de bordo com tela de LCD configurável de 4,2 polegadas, piloto automático e sistema multimídia com tela de LCD multifuncional “flutuante” touchscreen de 8 polegadas com conectividade para Apple Car Play e Android Auto.

Esse sistema conta com comandos de voz com funções de áudio, telefone e navegador e som Sony Premium com 9 alto-falantes e controles de áudio no volante, entre outros.

Com os novos pneus, EcoSport Titanium é mais indicado para o asfalto

Crédito: Amintas Vidal

A versão Titanium passou a ser oferecida com o novo motor 1.5 de três cilindros no lugar do 2.0, que agora está restrito à versão Storm 4×4. O tricilíndrico é moderno, mas não tem injeção direta de combustível, apenas multiponto.

Já o comando de válvulas no cabeçote é duplo e tracionado por correia dentada com abertura variável das mesmas, tanto para o conjunto de admissão como o de escape. Seu torque é de 16,2/15,6 kgmf às 4.500 rpm e, a potência, é de 137/130 cv às 6.500 rpm, sempre com etanol e gasolina, respectivamente.

O câmbio é automático tradicional com conversor de torque, 6 marchas e programação Sport. Também existem aletas fixadas atrás do volante para trocar as marchas temporariamente, mas não é possível travar o sistema em “manual”.

Na estrada – Rodamos em viagem por 1.300 km. Destes, a maioria por estradas bem pavimentadas, com pequenos trechos mal conservados ou de terra. A primeira característica dos pneus que chama atenção é o ruído.

Por ter uma estrutura muito rígida, eles não abafam muito o barulho causado pelas irregularidades do solo e se tornam mais ruidosos que o motor ou o vento contra a carroceria. Em compensação, quando passamos sobre inevitáveis buracos, as rodas não atingem o piso, pois o pneu absorve o impacto.

Mas a versão se tornou essencialmente urbana. O acerto das suspensões garante conforto e muita estabilidade, pois os pneus sedem menos em curvas, mas apenas sobre o asfalto. Rodando na terra, este conjunto não absorve as irregularidades e o conforto desaparece, pois a cabine vibra com todas as irregularidades do piso.

A direção elétrica é muito leve em manobras e ganha peso adequado em velocidade. Neste quesito os pneus run flat também ajudam pois, por não deformarem tanto quando as rodas esterçam, o SUV responde mais rapidamente aos comandos do volante.

O câmbio está bem casado com o motor, apresentando trocas suaves e escalonamento correto. O conjunto confere desempenho honesto ao EcoSport, mas nada muito esportivo. Conduzindo de forma mais econômica possível, não passamos dos 14 km/l em rodovias usando apenas gasolina no tanque.

Com o mesmo combustível, mas mantendo sempre a velocidade máxima permitida na via, o consumo subiu para 12 km/l. Para um motor 1.5 de três cilindros, esperávamos resultados até melhores. Se a sexta marcha fosse mais longa, pois aos 110 km/h o motor já está às 2.750 rpm, a versão seria mais econômica.

O isolamento acústico é eficiente e não se ouve o motor abaixo das 3.000 rpm. Quando mais exigido, ele revela o característico e bom ruído grave dos motores de três cilindros que não nos incomoda.

A ergonomia é correta, mas o espaço interno não é dos mais generosos na categoria. Porém, garante conforto para quatro adultos e uma criança, sem sobras. O porta-malas comporta 356 litros e possui prateleira ajustável em duas posições, algo prático e útil.

O tanque de combustível tem capacidade de 52 litros, garantindo uma autonomia razoável, próxima aos 620 km, usando gasolina.

Atualizado em equipamentos e design em relação aos concorrentes mais novos do mercado, o pioneiro entre os utilitários esportivos nacionais ainda tem lenha pra queimar e é uma boa opção para quem quer um modelo compacto.

Essa versão Titanium é a mais adequada para quem circula apenas sobre o asfalto. Para quem precisa pegar estradas de terra, sugerimos a versão FreeStyle e, aquele que quer pegar uma trilha leve ou média, a Storm 4×4 é a mais indicada.

Crédito: Amintas Vidal

*Colaborador

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