Circuito de Festivais BH exibe espetáculos inéditos

25 de fevereiro de 2021 às 0h15

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Crédito: Nei Lima

O Circuito de Festivais BH, iniciativa dos festivais BH In Solos, Curta Dança e Rede Sola de Dança, que se uniram para promover um encontro virtual entre artistas da cena, entra na segunda semana de programação com apresentações de espetáculos, realizações de bate-papos (ao vivo) e residência artística voltada para estudantes e artistas com pesquisa em andamento.

Participam desta edição virtual nove espetáculos inéditos de teatro, dança e performance de Minas Gerais, Rio, São Paulo, Ceará e Bahia. Em vez de ir de um teatro ao outro, o público acompanha a programação do circuito, também de forma itinerante, só que pelos canais do Youtube dos três festivais realizadores.

A semana começa com a apresentação do espetáculo “RÉS”, de Verônica Santos (SP), hoje, às 19 horas, seguindo com a exibição de a ‘’Peça’’ com Marat Descartes (SP) amanhã de “Ah, se eu fosse Marilyn!” (foto) com Edu O da Bahia no próximo sábado. As apresentações ocorrerão sempre às 19 horas. No sábado haverá também com o bate-papo ‘’Curadoria?’’, com Carol Fescina (BH) e Felipe de Assis (BA), e mediação de Cris Diniz, no YouTube Curta Dança.

O solo “RÉS” tem como temática principal o universo do encarceramento feminino e a vulnerabilidade desses corpos no Brasil. Diante deste contexto, a montagem propõe uma análise artística e poética, por meio de uma produção em dança sobre as estatísticas que envolvem o sistema de encarceramento em massa.

A montagem “Peça”, escrita e encenada por Marat Descartes (SP) dentro de sua casa,  reflete, a partir da linguagem documental, o contexto sociopolítico do Brasil e as questões levantadas pela necessidade do isolamento social, como a suspensão do tempo, a crise de sentido e o desejo de um novo futuro. 

A performance “Ah, se eu fosse Marilyn!” é inspirada na peça “Dias Felizes” de Samuel Beckett. A partir da construção/desconstrução de imagens corporais cotidianas, reflete sobre a passagem do tempo. Isolado em seu quarto, o homem é consumido por seus objetos, roupas e livros.

A forma cíclica, inconstante e impermanente como a vida vai se apresentando, nos propõe reflexões acerca da nossa trajetória, expectativas, conquistas e insucessos. Que rastros deixamos pelo caminho? Aonde chegamos? O que é dar certo? O que é o sucesso? Uma proposta artística que versa também sobre os padrões corporais e morais que se impõem às individualidades e particularidades de cada um.

Informações sobre a programação completa do circuito estão disponíveis em @circuitodefestivaisbh e https://www.facebook.com/circuitodefestivais.bh.

Curadorias – Cada festival parceiro ficou responsável pela curadoria de três trabalhos. BH In Solos convidou o “Manifesto Transpofágico” de Renata Carvalho (SP) – manifesto trans que narra, com o corpo da artista, sua “transcestralidade”; a “Peça” de Marat Descartes (SP) que reflete sobre o contexto sociopolítico do Brasil e o isolamento social, em tempos de pandemia. 

E por último, “Um anjo passou por aqui”, novo trabalho solo do artista mineiro Lenine Martins (MG) sobre os encontros e desencontros do amor, numa narrativa construída pelo teatro físico, a manipulação de objetos e a musicalidade do corpo.

Já a Rede Sola assina a curadoria dos solos “Ah, se eu fosse Marilyn” – que reflete sobre a passagem do tempo -, com o pesquisador de dança inclusiva Edu O (BA); Em “BiChobicHa”, Nadja Kai Kai (BH) trata de estereótipos e representações das pessoas LGBTQIA+, influenciadas pela estética do universo DragQueen. E por último, “Ebô” de Morena Nascimento (SP), solo-homenagem ao capoeirista e dançarino negro Eusébio Lobo e sua importância para a cultura brasileira.

Por fim, a equipe do Curta Dança colabora para a programação com “RÉS”, de Veronica Santos (SP), que fala do universo do encarceramento feminino e a vulnerabilidade desses corpos. Já “Loa” de Flaviane Lopes (BH) traz o corpo negro, sua permanência e travessia pelos séculos.

Uma dança que desfragmenta corpos outrora usurpados e cria forças para seguir. Por fim, em “Ex-tinto”, Rodrigo Antero (BH) reflete sobre seu corpo-memória e subjetividade negra: narrativas de invisibilidade e apagamento.

 No sábado, o Circuito de Festivais BH propõe rodas de conversa transmitidas ao vivo para o público, pelo Youtube, com o objetivo de propor discussões sobre bastidores da cena, curadoria e sobre arte e tecnologia no contexto de pandemia.

Estão previstos os seguintes bate-papos: “Produção e criação em pandemia” com Nadja Kai Kai (BH), Renata Carvalho (SP), Silvia Moura (CE) e mediação de Priscila Patta (Rede Sola de Dança) e Robson Vieira (BH In Solos); “Dança e Tecnologia” com Kenia Dias e Thembi Rosa e mediação de Priscila Patta (Rede Sola de Dança); “Curadoria” com Carol Fescina (RJ) e Felipe Assis (BA) e mediação de Cris Diniz (Curta Dança); e “Interseção entre cinema e teatro na quarentena” com Júlio Viana (MG) e Janaína Leite (SP) e mediação de Robson Vieira (BH In Solos).

Além dos solos e bate-papos, a programação conta ainda com uma residência artística que seleciona, por meio de convocatória online aberta, cinco artistas que estejam com pesquisas em andamento e possuam cinco anos de experiência comprovada de atuação na dança, teatro e performance. Durante e ao final da residência, os artistas irão compartilhar o processo de criação e o resultado com o público, pelas páginas do Youtube dos festivais.

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