Em celebração ao centenário de Pier Paolo Pasolini, a Fundação Clóvis Salgado (FCS), por meio do Cine Humberto Mauro, apresenta a mostra “O Cinema Segundo Pasolini”, que exibe, a partir de amanhã e até a próxima terça-feira, sete obras restauradas do realizador de cinema italiano. A mostra conta também com a estreia nacional do documentário “O Jovem Corsário”, de Emílio Marrese, que aborda a trajetória artística e pessoal de Pasolini.
No próximo dia 10, a Casa Fiat de Cultura apresenta a palestra on-line “Pier Paolo Pasolini – Vida e Obra”, ministrada pelo professor e especialista em cinema Luiz Nazario, com mediação do curador do Cine Humberto Mauro, Bruno Hilário. As celebrações são uma realização conjunta do Consulado da Itália em Belo Horizonte, do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, da Fundação Clóvis Salgado e da Casa Fiat de Cultura
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Integram a programação presencial e gratuita os longas “Passarinhos e Passarões” (1969), “Accattone – Desajuste Social” (1961), “Mamma Roma” (foto), de 1962, “Comícios de Amor” (1964), “O Evangelho Segundo São Mateus” (1964), “Notas Para Uma Oréstia Africana” (1970) e “Édipo Rei” (1967). As tradicionais sessões comentadas do programa “História Permanente do Cinema” também englobam a programação da mostra e contam com a participação do crítico de cinema Gabriel Araújo e do diretor da Companhia de Teatro, Luiz Paixão.
Escritor, poeta e cineasta, Pasolini transformou-se em um artista controverso na sétima arte, sempre tratando de temas sociais, culturais e políticos. A forma com a qual abordava assuntos polêmicos em suas obras, como o erotismo e a violência, fizeram do diretor italiano uma figura simultaneamente aclamada e refutada no cinema.
Trazendo em seus primeiros filmes características do neorrealismo italiano, influenciados pela sua vivência em uma Itália que convivia com cenários decadentes do pós-Segunda Guerra Mundial, as narrativas e roteiros de Pasolini traziam também nuances poéticas e literárias que marcaram intensamente a carreira do diretor.
Trabalhando assiduamente com diversos nomes expressivos da sétima arte, como Fellini e Rossellini, Pasolini influenciou uma gama de artistas contemporâneos tanto para o cinema, quanto para a literatura.
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A programação da mostra selecionou see filmes restaurados de diversas fases da cinematografia do diretor. Entre os destaques, figuram os longas “O Evangelho Segundo São Mateus”, que aborda a história de Jesus Cristo, a partir do texto de São Mateus, de seu nascimento à ressurreição, trazendo um personagem revolucionário e humanizado. Outro filme em evidência é o documentário “Comícios de Amor”, em que Pasolini, com um microfone na mão e uma câmera, percorre as ruas para perguntar aos italianos o que pensam em relação ao casamento, fidelidade e a normatividade.
Com estreia nacional no Cine Humberto Mauro, o documentário “O Jovem Corsário”, de Emilío Marrese, será na próxima segunda-feira, às 19h. O filme percorre a carreira e vida de Pasolini, reunindo conteúdos inéditos, com uma ampla seleção de documentos inéditos do diretor, reconstruindo o período de sua juventude centrado na cidade de Bolonha, onde nasceu, em 1922. A história se desenvolve no contexto de uma escolha narrativa significativa: um estudante decide realizar sua tese de licenciatura pautando-se na relação entre Pasolini e a cidade de Bolonha.
As sessões comentadas do programa História Permanente do Cinema contam com a obra “Accattone – Desajuste Social”, amanhã, às 19h, com comentários do crítico de cinema Gabriel Araújo, e exibição e debate do longa “Édipo Rei”, na terça-feira, às 19h, com participação do diretor da Companhia de Teatro, Luiz Paixão.