Montreal – A ativista adolescente Greta Thunberg, que inspirou um movimento contra as viagens aéreas, liderou uma greve contra a mudança climática na sexta-feira (27), em Montreal, onde líderes de uma agência de aviação da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniram para debater metas para as emissões do setor.
A sueca de 16 anos esteve no Canadá para apoiar o protesto, que acontece menos de um mês antes de uma eleição nacional na qual o meio ambiente é a principal preocupação dos eleitores, segundo uma pesquisa da Nanos Research, superando até os empregos e a economia.
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O primeiro-ministro Justin Trudeau e a chefe do Partido Verde, Elizabeth May, participaram da marcha. Na última quinta-feira, em um evento de campanha, Trudeau disse que espera poder marchar em Montreal “para lutar pelo meio ambiente”.
Trudeau e May se concentraram em seus planos de ações climáticas antes da eleição de 21 de outubro, mas o premiê também teve que defender sua decisão de comprar e ampliar um grande oleoduto no oeste canadense.
No mês passado, Greta Thunberg navegou do Reino Unido aos Estados Unidos pelo Atlântico em um barco de emissões de carbono zero para protestar contra as emissões da aviação, e no início desta semana atacou líderes mundiais por não combaterem a mudança climática.
Ela inspirou milhões de jovens a irem às ruas contra a mudança climática desde que iniciou protestos semanais solitários diante do Parlamento sueco um ano atrás.
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O protesto de Montreal acontece no momento em que a Organização Internacional da Aviação Civil (Icao) debate maneiras de minimizar o impacto do setor no meio ambiente em sua assembleia trienal, que vai até 4 de outubro na cidade canadense.
A aviação comercial responde por 2,5% das emissões de carbono — mas, como se prevê que o número de passageiros dobrará até 2037, especialistas dizem que as emissões aumentarão se nada for feito.
Em 2016, a Icao mediou a primeira iniciativa climática industrial global com um esquema de médio prazo para ajudar as empresas aéreas a evitarem uma elevação de suas emissões líquidas a partir de 2020.
O Esquema de Redução e Compensação de Carbono na Aviação Internacional exige que a maioria das empresas aéreas limite suas emissões ou as compense comprando créditos para projetos ambientais.
Nova Zelândia – Mais de 40 mil pessoas – um número recorde – manifestaram-se na sexta-feira (27) em frente ao parlamento da Nova Zelândia para lançar a greve mundial pelo clima. Em Wellington, capital do país, juntaram-se crianças com uniforme escolar, adolescentes e velhos ex-combatentes, entre cartazes onde se liam mensagens como “Nós faltamos à escola para vos ensinar” ou “Negação = Morte”.
Em outro cartaz, lia-se simplesmente “O que a Greta disse”, em referência ao discurso da última segunda-feira (23) passada da jovem sueca Greta Thunberg, ativista pelo clima, nas Nações Unidas. “Como se atrevem?” foi a mensagem da ativista aos líderes mundiais, criticando o que considera a inação política face às alterações climáticas.
Há uma semana, mais de quatro milhões de pessoas mobilizaram-se em todo o mundo para uma “Sexta-feira pelo futuro”, o movimento de greve estudantil lançado há um ano por Greta Thunberg.
Portugal também se mobilizou na sexta-feira pelo clima, com múltiplas iniciativas associadas a uma greve geral, às aulas, ao trabalho e ao consumo, numa tentativa de envolver a sociedade na defesa do planeta, incentivada pelos jovens. Cerca de 170 países organizaram mais de seis mil eventos através das redes sociais e iniciativas da sociedade civil. (Reuters/ABr)