Jogos Olímpicos de Tóquio podem não ser realizados

29 de abril de 2020 às 0h14

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Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

São Paulo – O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio (Japão), Yoshiro Mori, admitiu pela primeira vez que os eventos podem não ocorrer devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), mesmo após o adiamento para 2021. Em entrevista ao diário japonês Nikkan Sports, ele avaliou que, se a doença não estiver controlada em nível global até o ano que vem, a competição será “descartada”.

“Nesse caso, a Olimpíada será descartada. Adiamos os Jogos para o ano que vem depois de termos vencido a batalha contra o coronavírus. A Olimpíada será muito mais valiosa do que qualquer outra do passado se conseguirmos prosseguir depois de vencer essa batalha. Temos de acreditar. Caso contrário, nosso trabalho duro e esforço não serão recompensados”, disse Mori.

Um novo adiamento dos Jogos, se necessário for, já havia sido rechaçado pelo dirigente na última quinta-feira. “Não há chance. Pensando nos atletas e nas questões relacionadas à gestão dos eventos, é tecnicamente difícil adiá-los em dois anos”, declarou o presidente do comitê ao jornal japonês Kyodo News.

O adiamento da Olimpíada e da Paralimpíada para 2021 tem um custo extra estimado, atualmente, em 300 bilhões de ienes (R$ 14 bilhões). Tanto que, segundo Mori, o comitê estuda unificar as cerimônias de abertura e encerramento dos dois eventos.

“A ideia é realizar uma cerimônia no começo da Olimpíada e outra no final da Paralimpíada. Isso vai economizar muito dinheiro e enviar uma mensagem de superação da crise global”, explicou o dirigente, também ao Nikkan Sports.

O Japão registrou mais de 13,6 mil casos do novo coronavírus, com 385 mortes, sendo Tóquio o epicentro da pandemia. O governo local decretou estado de emergência no país.

Caso não surjam alterações, a Olimpíada está marcada para o período de 23 de julho a 8 de agosto de 2021. Já a Paralimpíada será realizada entre 24 de agosto e 5 de setembro do ano que vem.

Saúde – A pandemia do novo coronavírus (cCvid-19) fez com que os Jogos de Tóquio fossem ao menos adiados até o ano de 2021. Diante deste quadro, a velocista britânica Desiree Henry, medalhista de bronze do revezamento 4x100m na Rio2016, pediu aos atletas que não arriscassem sua saúde e afirmou: “não morreria pelo esporte”.

“Durante este período percebi que somos mais do que apenas atletas e artistas que querem entreter as pessoas. Somos humanos que têm famílias e vidas. E assim, do ponto de vista da saúde, você deve colocar sua saúde em primeiro lugar. Quero viver.

Quero que todos os outros atletas vivam e sejam saudáveis e, se a pandemia não tiver sido controlada em 2021, honestamente, teria que colocar minha saúde em primeiro lugar. Tenho uma família para voltar. Então, acho que daria um passo atrás. Porque não estou tentando dizer que vou morrer pelo esporte, porque não vou fazer isso. Realmente me preocupo com minha própria saúde e a da minha família e, sinceramente, encorajo outras pessoas a pensarem para além de serem atletas, e apenas lembrarem que são indivíduos amados pelas pessoas e por suas famílias”, declarou a velocista.

Com os centros de treinamento fechados por causa das medidas de isolamento social estabelecidas no Reino Unido, Henry vem mantendo a forma em um campo de golfe em Londres.

A jovem de 24 anos disse que a incerteza em torno dos próximos eventos torna difícil mentalmente “treinar em direção a um objetivo”, mas afirmou que está ansiosa para competir em competições menores ao longo do ano.

Henry também afirmou que não está preocupada com a perda de sua melhor forma física, mas que o adiamento dos Jogos prejudicou muitos atletas, principalmente aqueles que olhavam para Tóquio como seu grande objetivo. (ABr/Reuters)

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