Minas registra recorde de casos de Covid em 24 horas

13 de janeiro de 2022 às 0h30

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Pessoas se juntam para entrar em um trem em estação de metrô de São Paulo | Crédito: Amanda Perobelli / Reuters

Minas Gerais bateu um triste recorde: registrou 18.153 casos de Covid-19 em apenas 24 horas. Os dados constam no boletim epidemiológico divulgado na manhã de ontem. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), trata-se do maior número de casos em um único dia desde o início da pandemia. Até então, o maior registro ocorreu em abril de 2021, quando foram notificados 16.479 casos. O número de óbitos notificados foi 11.

A SES explicou que o expressivo aumento no número de casos notificados de Covid-19 ocorre por fatores como a transmissão comunitária da variante Ômicron, associado às aglomerações nos feriados de fim de ano e o relaxamento das medidas de cuidado, como o uso de máscaras. Além disso, o sistema do Ministério da Saúde apresentou instabilidade durante algumas semanas em função de ataque hacker, causando o represamento de dados.

O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, observou que, apesar do aumento de casos, a mortalidade causada pela doença e a taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) não aumentaram significativamente. “A única saída para a pandemia é a vacinação. As pessoas vacinadas têm menos risco de serem hospitalizadas e de evoluir para óbito. O cenário demonstra a importância da vacinação para conter as hospitalizações e os óbitos causados pelo coronavírus”, concluiu.

Baccheretti destacou ainda a necessidade de se manter os protocolos sanitários para evitar a doença: lavagem constante das mãos, uso de máscara e distanciamento social. Tais medidas são necessárias, porque com o aumento dos casos pode elevar também a procura pelos serviços de atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS), causando pressão nos atendimentos.

Ômicron – De acordo com a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (Cievs-Minas), Eva Lídia Arcoverde Medeiros, a variante Ômicron possui alta transmissibilidade, gerando um aumento expressivo da ocorrência de casos.

“Atualmente, a Ômicron já possui transmissão comunitária em Minas Gerais. Portanto, as medidas de segurança sanitária como o uso de máscaras, higienização das mãos e o distanciamento social devem ser reforçados neste momento para evitar a doença. Porém, graças ao avanço da vacinação os casos tendem a não evoluir para as formas graves da doença”, reforça Eva Lídia.

Para quem estiver com sintomas, a orientação, segundo a coordenadora, é cumprir o período de isolamento e buscar preferencialmente o posto de saúde, evitando a lotação das urgências, que estão priorizando os casos mais graves.

Ocupação de leitos – Apesar do aumento do número de casos notificados nas últimas semanas, Minas não observou um aumento significativo das taxas de ocupação dos leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Atualmente, a taxa de ocupação geral desses leitos é de 56,26% e a taxa de ocupação em decorrência de pacientes internados por Covid-19 ou por suspeita da doença está em 9,64%.

Um mês atrás, em 10 de dezembro de 2021, a taxa de ocupação geral desses leitos era de 50,64% e a taxa de ocupação em decorrência de pacientes internados por Covid-19 ou por suspeita da doença estava em 6,49%.

“O que percebemos é que a vacina acaba intervindo na evolução dos casos. As pessoas se contaminam, mas não evoluem para casos graves. Portanto, é mais uma mostra de que a vacinação tem funcionando”, reforça a coordenadora do Cievs.

Mundo – A doença segue em crescimento em outros países. O mundo registrou pela 1ª vez mais de 3 milhões de casos de Covid-19 em apenas 24 horas. É o quarto recorde diário de novos infectados nos últimos oito dias. Segundo dados compilados e divulgados anteontem pelo Our World in Data, projeto ligado à Universidade de Oxford, foram 3,28 milhões de novos casos somente na última segunda-feira. (Com informações da Agência Minas)

Pandemia dos não vacinados

São Paulo – As pessoas que não se vacinaram contra a Covid-19 são as principais responsáveis pelo aumento nos indicadores de casos e internações causadas pela doença, disse ontem o médico João Gabbardo, coordenador do comitê científico que assessora o governo de São Paulo.

“Nós estamos enfrentando uma pandemia dos não vacinados. E quando a gente fala dos não vacinados, nós estamos falando das pessoas com mais de 18 anos que não completaram seu esquema vacinal e nós estamos falando nas crianças que ainda não foram vacinadas”, disse Gabbardo em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

“Esses dois segmentos – crianças não vacinadas e os adultos quer por uma razão ou outra não foram vacinados – é que são responsáveis por esse acréscimo que nós vislumbramos nos números de internações e nos números de casos”, acrescentou.

São Paulo e todo o Brasil vêm registrando um aumento expressivo no número de casos de Covid-19, que tem sido atribuído à variante Ômicron do coronavírus, que tem se mostrado mais transmissível do que cepas anteriores – embora existam indícios de que seja menos agressiva em pessoas que tomaram a vacina contra a Covid. (Reuters)

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