Modernismo plural vai ocupar a Casa do Baile

19 de janeiro de 2023 às 0h30

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Crédito Divulgação

Ao longo de 2022, quando a Semana de Arte Moderna completou 100 anos, muito se falou e celebrou sobre o tema. Seu centenário potencializou uma revisão do modernismo brasileiro trazendo questões que ainda precisam ser debatidas, em especial, a contribuição de outras vozes para além do eixo paulista para consolidação de um modernismo plural no Brasil, que encontra seu lugar nas mais diversas linguagens artísticas nos mais variados protagonistas.

Para discutir sobre o protagonismo de Belo Horizonte na segunda geração do modernismo, no próximo sábado (21) e no domingo (22), a Casa do Baile recebe o projeto Ecos – Modernismo Plural. O evento gratuito, composto por palestras, mini talks, oficinas, intervenções urbanas e visitas mediadas ao complexo arquitetônico da Pampulha, objetiva demonstrar que o tema merece celebrações e reflexões contínuas e visa também potencializar o território da Pampulha enquanto Patrimônio da Humanidade. O evento busca apresentar aos interessados o patrimônio histórico e artístico de Belo Horizonte, por meio de uma possibilidade de leitura do modernismo brasileiro para além da discussão paulista, reivindicando o lugar de protagonismo de Belo Horizonte e a transversalidade do modernismo mineiro com a discussão nacional.

Todas as ações serão no entorno da Lagoa da Pampulha, tendo como foco um seminário no auditório da Casa do Baile. Na orla, integra a programação, um city tour que será conduzido por leituras de poemas de Cecília Meireles, promete atrair os amantes das artes – especialmente literatura e arquitetura. Haverá também uma oficina de educação patrimonial com foco no processo de musealização da Igrejinha São Francisco de Assis. Outra atividade especial será o passeio de bicicleta (tweed ride) pelo complexo arquitetônico da região. O encerramento do evento contará com o tradicional PicLindy do grupo BeHoopers, que reforçará o caráter original da Casa do Baile.

Segundo o idealizador do projeto, historiador da arte e gestor cultural Lucas Amorim, que atualmente é gestor da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, – um apaixonado por arte, cultura e inovação – a História da Arte Brasileira, em especial, e a História das Exposições carecem de estudos e maior atenção, já que a projeção e relevância do modernismo brasileiro foi por décadas suprimida pela Semana de Arte Moderna de 1922, ou pelos nomes de grandes artistas, habitualmente ligados à temática nacionalista. “Muitos foram os desdobramentos do modernismo desde a Semana, mas pouco ainda se fala sobre a chegada da caravana modernista à ainda pacata Belo Horizonte de 1944, por meio de uma ação fomentada pelo então prefeito Juscelino Kubitschek, onde reuniram-se na cidade os mais importantes artistas e intelectuais do período para conheceram o complexo da Pampulha e participarem da Exposição de Arte Moderna, que teve oito obras giletadas”, comentou Lucas Amorim.

De acordo com ele, os modernistas – que foi a denominação para aqueles profissionais que “projetaram as novas artes”, considerada na época como moderna – foram inspirados e legitimados por noções específicas de nação, identidade, memória, arte e arquitetura. “Estes atuaram em favor do reconhecimento de bens culturais, que deveriam ser preservados para o presente e para o futuro da sociedade. A Pampulha, portanto, é exaltada neste sentido pela sua organização arquitetônica racional e funcional, tendo como principal resultado os edifícios descritos como verdadeiros objetos arquitetônicos”, explicou Lucas Amorim.

O evento insere-se nas comemorações dos 80 anos do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Pampulha (inaugurado em 1943) e traz destaque especial para a Casa do Baile, epicentro do evento, que completou em 2023 seus 20 anos como Centro de Referência da Arquitetura, Urbanismo e Design.

O Ecos incentiva a construção de práticas e saberes coletivos sobre o idealismo e contradições do movimento modernista nas mais diversas expressões artísticas e seus desdobramentos na contemporaneidade. Profissionais qualificados de diversas áreas ligadas à história da arte e cultura de Belo Horizonte integram a programação. Como proposta de registro e difusão, o projeto ainda contempla a produção de conteúdo para múltiplas plataformas digitais. Toda a programação é gratuita.

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