Múltiplo Ancestral tem Amaro Freitas

24 de julho de 2021 às 0h15

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Crédito: HELDER TAVARES

A história de Baquaqua e de Sankofa serão contadas de maneira diferente pelo pianista pernambucano Amaro Freitas, em edição do projeto Múltiplo Ancestral, do CCBB Educativo. A atração estará disponível a partir deste sábado (24), às 10h, no site www.ccbbeducativo.com.

Em uma conversa sonora, o pianista pernambucano Amaro Freitas, uma das principais revelações do jazz brasileiro contemporâneo, em material produzido especialmente para o Programa CCBB Educativo, toca e fala sobre suas pesquisas, referências e músicas a partir de sua ancestralidade, da busca espiritual por histórias esquecidas, filosofias antigas e figuras inspiradoras do Brasil negro.

Muito para lá do sempre predominante samba jazz, Amaro Freitas volta-se para a cultura nordestina e traduz o frevo, o baião, o maracatu, a ciranda ou o maxixe para a linguagem do jazz. Baquaqua traz a história raramente contada do africano Mahommah Gardo Baquaqua, que foi trazido para o Brasil como escravo, mas fugiu para Nova York em 1847, onde aprendeu a ler e escrever. Sua autobiografia foi publicada pelo abolicionista americano Samuel Moore e hoje é o único documento conhecido sobre o comércio de escravos escrito por um ex-escravo brasileiro.

Sankofa, por sua vez, é um símbolo da Adinkra (conjunto de símbolos ideográficos dos povos acã, da África Ocidental), representado por um pássaro com a cabeça voltada para trás. Quando se deparou com essa figura em uma bata à venda em uma feira africana no Harlem (bairro de Nova York que foi palco de grandes pianistas do jazz, como Thelonius Monk e Art Tatum), Amaro compreendeu a importância do significado e fez dele o conceito fundamental para o seu novo álbum: “O símbolo do pássaro místico, que voa de cabeça para trás, nos ensina a possibilidade de voltar às raízes, para realizarmos nosso potencial de avançar”.

A cultura de Pernambuco transborda naturalmente no estilo de Amaro Freitas, pianista e compositor de 27 anos que é uma das grandes revelações do jazz brasileiro recente. Influenciado pelo mestre do frevo Capiba, por Moacir Santos, Hermeto e Gismonti, mas também pelas grandes referências do piano jazz como Monk, Jarrett ou Corea, lançou o seu disco de estréia, “Sangue Negro”, em 2016 e conquistou de imediato a crítica, que nele encontrou uma nova vida ao piano jazz.

Contratado pela gravadora londrina Far Out Recordings, o pianista, acompanhado de Jean Elton (contrabaixo) e Hugo Medeiros (bateria) já se apresentou em importantes clubs, como: Ronnie Scott’s (UK), Duc de Lombards (FR) e Unterfahrt Jazz Club (GE), à festivais internacionais, dentre eles: Outono em Jazz (Casa Da Música / PT), Buenos Aires (ARG), Rio das Ostras e Mimo (BR).

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