VIVER EM VOZ ALTA | A Academia dos professores

25 de outubro de 2019 às 0h03

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Crédito: GUTO CORTÊS

Rogério Faria Tavares *

A foto publicada junto ao meu texto de hoje foi tirada quando se comunicou oficialmente a Wander Melo Miranda a sua eleição para a cadeira de número sete da Academia Mineira de Letras (AML), na sucessão de Ricardo Arnaldo Malheiros Fiúza. Nela aparecem, de pé, da esquerda para a direita: Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, Jacyntho Lins Brandão, este cronista, Antenor Pimenta e Caio Boschi. Sentados, também da esquerda para a direita: Márcio Sampaio, Yeda Prates Bernis, o novo acadêmico Wander, Hindemburgo Chateubriand Pereira-Diniz e Olavo Romano. O grupo de nove formou a comissão encarregada de dar a notícia ao professor titular e emérito da UFMG.

Cumprindo a tradição, saudei o novo confrade, destacando sua trajetória intelectual e, sobretudo, a sua dedicação à sala de aula, onde atua há mais de quatro décadas. Se a Casa de Alphonsus de Guimaraens também acolhe homens de Estado, cientistas, filósofos e juristas, ela abriga, majoritariamente, prosadores e poetas, e, acima de tudo, os professores. Os últimos três a ingressarem na AML foram docentes da nossa universidade federal: Caio Boschi, Jacyntho Lins Brandão e Wander. Ainda integram a Academia os professores Amílcar Martins Filho, Cônego Vidigal, José Henrique Santos, Padre Aleixo, Fábio Lucas, Angelo Machado e Maria José de Queiroz. Além de parlamentares, Bonifácio Andrada e Patrus Ananias lecionaram por muitos anos.

Não há instituição verdadeiramente apaixonada pela Cultura que não valorize e prestigie a Educação. E Educação de bom nível, comprometida com a emancipação humana, com a irrestrita manifestação do pensamento e, sobretudo, com a reflexão sofisticada e crítica. É por essa razão que se deve respeitar o principio da liberdade de cátedra, sagrado em todos os países realmente desenvolvidos. Não há progresso sem o debate franco e plural, elegante e respeitoso. Sobre todos os assuntos. É o que o pedem a inteligência e a cidadania. Não foi à toa que a instância responsável por organizar a programação cultural da Academia recebeu o nome de ‘Universidade Livre’ (UL).

Fundada pelo presidente Vivaldi Moreira, a chamada reitoria da UL já foi exercida por José Crux Rodrigues Vieira, Elizabeth Rennó e por Dario Faria Tavares, meu tio. Hoje, o cargo é ocupado, com brilho, pelo escritor Luís Giffoni, a quem pedi que me sucedesse na função que desempenhei por três anos. Desde que assumiu o posto, Giffoni – um dos mais premiados autores brasileiros – já trouxe vários nomes preciosos para palestrar no nosso auditório. Cito apenas alguns: Chico Pelúcio, Yara Tupinambá, João Batista Melo e Conceição Evaristo. Em breve, receberemos, com alegria, a coreógrafa e bailarina Dudude Hermann, que vai falar sobre a relação entre a Dança e a Literatura, e o excelente contista Francisco de Moraes Mendes. Para o ano que vem, também já chegaram algumas ótimas ideias…

Animadíssima, como se vê, e prestes a completar cento e dez anos agora em dezembro, a Academia Mineira de Letras permanecerá fiel aos ideais de seus fundadores e seguirá adiante, por outras tantas décadas, empenhada em produzir e em compartilhar com a comunidade a que pertence cultura de qualidade e conhecimento de relevância, que ajudem a tornar a vida de todos mais bela e mais feliz.

*Jornalista. Presidente da Academia Mineira de Letras

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