Eleita na sucessão do acadêmico Márcio Garcia Vilela, a professora Antonieta Cunha toma posse, hoje à noite, na cadeira de número 9 da Academia Mineira de Letras (AML). Tendo como patrono Josaphat Bello e como fundador Bento Ernesto, a mencionada cátedra já foi ocupada, também, pelo exímio contista João Alphonsus, por Djalma Andrade e Ildeu Brandão. Na sessão de logo mais, no Auditório Vivaldi Moreira, o discurso de recepção ficará a cargo do acadêmico Patrus Ananias. O diploma será entregue pela acadêmica Maria Esther Maciel.
Formada em Letras Neolatinas, com mestrado e doutorado pela UFMG, Antonieta Cunha lecionou Língua Portuguesa no chamada “Curso de Formação” de professores do Instituto de Educação de Minas, entre 1964 e 1970, quando passou a exercer a função de vice-diretora da instituição, o que se deu por três anos. Apaixonada pela docência, também deu aulas nos cursos de graduação e pós-graduação em Letras, Ciência da Informação e Pedagogia da Universidade Federal.
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Fundadora da inesquecível Editora Miguilim, em 1980, Antonieta Cunha também trabalhou na Editora Dimensão e na Rona. Para a Editora Global, organizou todos os volumes da coleção “Crônicas para jovens”, composta por obras de autores como Ignácio de Loyola Brandão, Marcos Rey, Affonso Romano de Sant’anna, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Marina Colasanti, Rubem Braga e Ferreira Gullar. Autora de mais de cinquenta artigos para jornais e de capítulos para livros e revistas especializadas em Literatura, ainda assina mais de vinte livros – teóricos e didáticos – sobre o tema.
Idealizadora da cátedra de Literatura Infanto-juvenil da Faculdade de Letras da UFMG, Antonieta Cunha ainda foi, por duas vezes, jurada do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado, pelo mundo inteiro, como uma espécie de “Oscar” da Literatura para crianças.
Como secretária municipal de Cultura nas gestões dos prefeitos Patrus Ananias e Fernando Pimentel, em Belo Horizonte, Antonieta concebeu ou conduziu vários dos mais exitosos projetos culturais da capital, como o Festival Internacional de Teatro, o Festival Internacional de Quadrinhos e o Festival de Arte Negra, imprimindo ritmo intenso à vida artística da metrópole e abrindo excelente interlocução com seus representantes.
A chegada de Antonieta Cunha é motivo de festa para a Academia Mineira de Letras, que respeita e admira sua extensa trajetória de amor verdadeiro pelas Letras. Nona mulher a eleger-se para a Casa de Alphonsus de Guimaraens, ela se une, agora, à galeria integrada, também, por Henriqueta Lisboa, Maria José de Queiroz, Lacyr Schettino, Alaíde Lisboa, Carmen Schneider Guimarães, Yeda Prates Bernis, Elizabeth Rennó e Maria Esther Maciel.
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Plenamente consciente de que o número de mulheres na instituição ainda é bem pequeno e desproporcional ao incrível número de pensadoras, poetas e prosadoras talentosas do nosso estado, a AML está agora, mais que nunca, animada a corrigir esse desconfortável déficit na representação feminina em seus quadros acadêmicos. Afinal, nada melhor que a rica convivência entre mulheres e homens para fomentar o aprimoramento humano.