VIVER EM VOZ ALTA | O Festival Livro na Rua

8 de outubro de 2021 às 0h30

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Crédito: José Cruz/Agência Brasil

Mineira de Sacramento, onde nasceu em 1914, Carolina Maria de Jesus passou grande parte da vida na hoje extinta favela do Canindé, na zona norte de São Paulo. Sustentava os três filhos como catadora de papel. Ao mesmo tempo, mantinha um diário, descoberto, no final dos anos cinquenta, pelo jornalista Audálio Dantas. Lançado em livro com o nome de “Quarto de Despejo: Diário de uma favelada”, o volume alcançou imenso sucesso, sendo depois traduzido para vários idiomas. A ele se seguiram outras publicações, como “Casa de Alvenaria”, “Pedaços de Fome” e “Provérbios”. Depois de sua morte, em 1977, saíram “Diário de Bitita”, “Um Brasil para Brasileiros” e “Meu estranho Diário”, entre outros. Recentemente, a Companhia das Letras anunciou a edição das obras completas de Carolina, a homenageada da terceira edição do Flir, o Festival Livro na Rua, que começou na terça, dia 5, e vai até o domingo.

 Realizado pela Editora Quixote + Dô (um viva para Alencar Perdigão e Luciana Tanure!) e pela Câmara Mineira do Livro, com o patrocínio do Instituto Unimed-BH, o Flir de 2021 tem como curadores os competentes Kaio Carmona e Adriane Garcia, que organizaram uma ótima programação, tanto presencial quanto virtual. O evento conta com os apoios da Embaixada do Brasil na França e do Centro Cultural Brasil Angola, responsável por integrar vários autores africanos à sua agenda. Dele participam, ainda, dez livrarias de rua de Belo Horizonte e uma de Divinópolis, que sediam palestras e lançamentos de livros, como os de Maurício Lara, Hildebrando Pontes e Lino de Albergaria, entre outros. Nomes como Edimilson de Almeida Pereira, Prisca Agustoni, Ana Elisa Ribeiro e Conceição Evaristo também participam das sessões do FLIR.

 A Academia Mineira de Letras é, igualmente, parceira do festival. No dia 10, domingo, participo, como mediador, de um debate sobre as literaturas africanas de língua portuguesa de autoria feminina. A conversa, que começa às duas da tarde, reunirá as professoras Nazareth Fonseca, Terezinha Taborda e Helen Leonarda, especializadas no tema. Elas abordarão, entre outras, as produções de escritoras como Paulina Chiziane (Moçambique), Isabel Ferreira, Alda Lara e Paula Tavares (Angola), Alda Espírito Santo e Conceição Lima (São Tomé e Príncipe), Odete Semedo (Guiné Bissau) e Orlanda Amarilis (Cabo Verde). O encontro será uma oportunidade para que o público conheça melhor algumas trajetórias literárias pouco divulgadas no Brasil. Para acompanhá-lo, bastará acessar o site do Flir: www.festivallivronarua.com.br.

 E assim prosseguimos em favor da cultura e das letras, o que exige um esforço permanente. E coletivo. Em que todos se somam, de modo harmonioso, fortalecendo a vida literária de Minas, que, além do Flir, também tem a alegria de contar com a Bienal Mineira do Livro (conduzida por Marcus Ferreira e Gláucia Gonçalves), o FLI BH (organizado por Fabíola Farias), o FliAraxá e o Flitabira (criados por Afonso Borges), o Fórum das Letras (liderado por Guiomar de Grammont), a Flipoços (comandado por Gisele Correa), o Elicer (Encontro Literário do Cerrado, de Humberto Paes Leme) e a Felit (Festival de Literatura de São João del Rei, Tiradentes e Santa Cruz de Minas, concebido por José Eduardo Gonçalves), entre tantos outros de imenso valor.

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