Fiemg inicia projeto “Imersão Indústria” para capacitação política

Objetivo é propagar informações vinculadas ao setor que auxiliem no preparo político dos industriais e público em geral

4 de julho de 2022 às 15h28

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Crédito: Sebastião Jacinto Júnior/Fiemg

Iniciou, hoje, a 2ª Capacitação Política do projeto Imersão Indústria, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Como abertura, o professor e economista Paulo Paiva falou sobre as oportunidades e desafios econômicos e políticos para o Brasil no período pós-pandemia.

Segundo Paiva, em função de um cenário econômico mundial desafiador, com a alta dos juros e da inflação, existe uma expectativa de crise mundial, que deve ser mais branda e de menor duração do que a vivenciada em 2008. Para a retomada, será necessário articular crescimento econômico com práticas sustentáveis, menor emissão de carbono e com inclusão social. 

O projeto Imersão Indústria tem o objetivo de levar informações que contribuam para o melhor preparo político dos industriais e população em geral. De acordo com Paiva, do ponto de vista internacional, os desafios para a retomada do crescimento econômico no pós pandemia são grandes.

“Primeiro, do ponto de vista mais estrutural, temos um novo modelo em que o crescimento de qualquer economia dependerá de como se articula o crescimento econômico com redução de emissão de CO2 e com inclusão social. Estas são as grandes falhas do processo de globalização que tivemos. Isso é uma questão estrutural, profunda e o mundo não será o mesmo que foi no passado”.

Outro desafio, pós pandemia e também associado à invasão da Ucrânia pela Rússia, é o aumento da inflação e, consequentemente, de uma política monetária de elevação dos juros. A combinação levará a economia mundial a um período recessivo. 

“Vamos viver uma nova crise econômica. Possivelmente, não será tão profunda como foi 2008 e nem tão longa, mas, certamente, 2023 e 2024, serão anos desafiadores”.

No que se refere ao Brasil, Paiva explica que o desafio é como o País será organizado a partir do ano que vem, no pós eleições.

“Temos um desafio político. As pessoas olham muito a eleição do presidente, mas a eleição do Congresso é tão ou mais importante. Saber qual o Congresso irá acompanhar o presidente é fundamental”.

Para 2023, Paiva destaca ainda que será importante reorganizar a economia. “Vamos ter um enorme desequilíbrio fiscal, por conta das medidas adotadas recentemente pelo governo. Além disso, temos uma inflação alta. Provavelmente, em 2023, a economia não crescerá. Por isso, será necessário definir estratégias para que, em 2024, o crescimento seja retomado”.

Neste período de reorganização, muitas serão as agendas e o importante, segundo Paiva, será priorizar as medidas e projetos que tenham impacto rápido sobre o crescimento e que tenham menor custo, como projetos de infraestrutura, por exemplo. 

“Não adianta propor reformar o estado. Está certo que é uma questão fundamental, mas não terá o efeito rápido e imediato que é necessário e com um custo altíssimo para aprovar uma reforma muito grande. Será importante iniciar por aquilo que o custo seja menor e o benefício seja maior, do ponto de vista relativo”, disse Paiva. 

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