Leilão de energia deve gerar aportes de R$ 12 bi em MG

Maior leilão de transmissão da Aneel focou avanço da geração solar no Norte do Estado

1 de julho de 2022 às 0h29

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Crédito: Beth Santos/Agência Brasil

O maior leilão de transmissão de energia realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME) desde 2019 terminou com a venda de todos os 13 lotes ofertados e projeções de R$ 15,3 bilhões em investimentos e geração de 31.697 empregos diretos nos próximos anos.

Com a construção e a manutenção de 16 linhas de transmissão e de seis subestações, Minas Gerais deverá concentrar R$ 12,27 bilhões deste total. Grande parte dos projetos previstos tem relação com o potencial gerador de energia solar, especialmente no Norte do Estado, como adiantou o DIÁRIO DO COMÉRCIO, em fevereiro deste ano.

Ao todo, 10 consórcios e empresas se tornaram ontem responsáveis pela construção e pela  manutenção de 5.425 quilômetros de linhas de transmissão e 6.180 mega-volt-ampères (MVA) em capacidade de transformação de subestações no País. Neoenergia, Cteep e Sterlite fizeram as maiores aquisições. Os lotes 1, 2 e 3 eram os maiores do edital e atraíram os principais operadores. Todos estão localizados na região Sudeste e passam por Minas Gerais.

Presente na B3, em São Paulo, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, classificou o dia como histórico para Minas Gerais, dados os números relevantes que possibilitarão ao Estado manter sua competitividade no quesito energia. Ao todo, foram mais de 4 mil quilômetros de linhas para Minas Gerais.

“Isso significa um grande avanço em infraestrutura, uma vez que o Estado pode, a partir de agora, receber mais geração de energia – inclusive solar -, aumentando a competitividade com menores preços e mais possibilidade de atração de novos investimentos, indústrias e desenvolvimento para Minas”, argumentou.

Passalio lembrou que entre os gargalos ainda enfrentados por Minas Gerais para a atração de investimentos ou até mesmo a expansão das empresas que já operam no Estado está a entrega de energia nas respectivas regiões. “As novas linhas de transmissão serão um grande avanço e um grande passo para que Minas Gerais possa continuar sendo um ambiente amigável para quem quer investir e gerar oportunidades de emprego e renda”, completou.

Deságio

O primeiro leilão de transmissão de energia de 2022 realizado pela Aneel e pelo MME teve deságio médio de 46,16% em relação às Receitas Anuais Permitidas iniciais estabelecidas pela agência. O movimento, conforme o diretor da agência e relator substituto do leilão, Hélvio Guerra, colocou o consumidor como protagonista do leilão. Ele também enalteceu a presença de investidores, reforçando a confiança no Brasil para projetos no setor elétrico.

“Um leilão que traz soluções para algumas áreas que vêm sendo discutidas há muito tempo no Brasil, especialmente no Norte de Minas. Os projetos irão viabilizar uma quantidade muito grande de empreendimentos naquela região, especialmente de energia renovável. Os lances devem ser celebrados e comemorados diante dos ganhos que trarão para o setor elétrico, para o escoamento de energia e para a viabilização de novos investimentos em geração no Brasil”, comentou.

Já a diretora-geral substituta da Aneel, Camila Bomfim, ressaltou que o resultado do leilão é fruto de um ambiente seguro e atrativo construído pela agência e pelos demais órgãos do setor elétrico. “Tantos anos de governança bem estruturada do setor, com segurança jurídica e estabilidade regulatória, inspiram confiança. A Aneel trabalha incessantemente em prol de um setor elétrico sustentável, com regulamentos que incentivam a eficiência, a competitividade e a inovação, de modo a assegurar um serviço de qualidade e com tarifa justa”, disse.

A homologação do leilão está prevista para 23 de agosto e a data marcada para assinatura dos contratos de concessão é 30 de setembro. Além de Minas Gerais, os empreendimentos arrematados, com prazo de conclusão de 42 a 60 meses, contemplam ainda os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. De forma geral, todas as obras deverão estar prontas até a data limite de setembro de 2027.

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