Lojas abertas superam fechadas em Minas

20 de agosto de 2018 às 22h54

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CREDITO:ALISSON J. SILVA

O primeiro semestre do ano trouxe um dado positivo para o varejo em Minas: o número de lojas abertas é maior que o de portas fechadas. De acordo com balanço divulgado ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no primeiro semestre deste ano, o saldo entre abertura e fechamento de estabelecimentos com vínculo empregatício no Estado é positivo em 340 lojas. Nos últimos seis meses do ano passado, já havia sido registrado saldo positivo de 540 empresas. Já no primeiro semestre de 2017, o resultado foi negativo em 558.

No comparativo primeiro semestre de 2018/primeiro semestre de 2017 o avanço é de 161%. “É um sinal positivo em meio à recuperação lenta da economia”, diz o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida. Mas o ritmo do avanço está aquém do esperado devido a diversos fatores, entre eles a proximidade das eleições.

De acordo com o balanço da CNC, em todo o País, neste semestre, o saldo de abertura de lojas foi positivo em 2.252 lojas. No último semestre de 2017, esse número foi de 218. Já no primeiro semestre de 2017, o resultado foi negativo em 19.515 estabelecimentos. Minas é o terceiro estado do País com o saldo mais positivo, ficando atrás de São Paulo (+2.468) e Santa Catarina (+852). O Rio de Janeiro foi destaque negativo (-1.038).

Almeida faz a ressalva de que a recuperação econômica está ocorrendo aquém do esperado e, com isso, a própria CNC precisou rever a sua projeção de avanço para este ano. Inicialmente, a confederação esperava que em 2018 fossem abertas 20,7 mil lojas no varejo do País. Agora, a expectativa baixou para 5,2 mil.

De acordo com relatório da CNC, “apesar do saldo positivo de lojas ao longo do primeiro semestre do ano, o ritmo de expansão do número de pontos de venda pode ser considerado tão frustrante, quanto a percepção de desaceleração no ritmo de atividade econômica”.
Segundo Guilherme Almeida, o ritmo lento da recuperação da economia ocorre por uma série de fatores e leva, inclusive, ao questionamento sobre se a melhoria está, de fato, ocorrendo. Ele explica que, tecnicamente, o Brasil saiu da recessão no primeiro semestre de 2017, quando o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a crescer. A partir daí, houve uma expectativa de recuperação da economia, que vem ocorrendo no ritmo aquém do esperado.

De acordo com o economista, há setores, como o do emprego, que tem se mostrado resistente aos estímulos. Com isso, a confiança dos empresários cai, o que leva ao adiamento das decisões de investimento. Além disso, o fator eleição também reforça esse quadro. “A eleição gera uma nuvem no cenário das decisões”, explica.

Setores – De acordo com o levantamento da CNC, o setor supermercadista foi o que mostrou o avanço mais significativo. Em todo o País, foram abertas 1.378 lojas com vínculo empregatício nos últimos três meses. Almeida lembra que os supermercados comercializam gêneros de primeira necessidade e, mesmo no cenário de crise, podem ter bom desempenho. O setor com pior desempenho foi o de material de construção, com fechamento de 915 lojas nos últimos três meses. O economista atribui esse resultado à sensibilidade do setor a variáveis como juros e crédito.

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