Marina Silva prega o fim da reeleição

5 de julho de 2018 às 0h00

Brasília- A pré-candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, disse ontem que vai propor o fim da reeleição e prometeu trabalhar pela aprovação do voto distrital misto, se eleita, encaminhando uma proposta de reforma política ao Congresso Nacional. Marina pregou que seja implantado, a partir de 2022, um único mandato de cinco anos para cargos executivos. “Vamos acabar com reeleição, que virou problema na América Latina”, disse a presidenciável. A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora afirmou que o presidencialismo de coalização no País se transformou em “presidencialismo de degradação” e se comprometeu a indicar ministros com compromisso programático. A senadora afirmou que mantém esperança de atrair um nome de outro partido para sua chapa e que as conversas com as legendas tratam não só da disputa presidencial e também nos Estados. Em participação no evento “Diálogo da Indústria com candidatos à Presidência da República”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marina também afirmou que a reforma proposta por ela é um meio de mudar a relação “promíscua” de setores da iniciativa privada com o Estado, revelada na Operação Lava Jato. Petrobras – Marina Silva afirmou que uma visão dogmática favorável ao mercado na Petrobras gerou prejuízos à sociedade e à estatal. Ao comentar a greve dos caminhoneiros, que provocou uma queda na atividade industrial de 10,9% e foi deflagrada pela alta no preço dos combustíveis, a presidenciável apontou erro da antiga direção da empresa ao repassar a alta no dólar diariamente ao consumidor. “A visão dogmática pró-mercado deu grandes prejuízos para a Petrobras e para o cidadão”, disse Marina, ao participar do evento “Diálogo da Indústria com Candidatos à Presidência da República”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ela afirmou que a estatal tem capacidade de manejar situações como a alta do dólar, mas sem adotar a política de controle de preços. Ela defendeu que a companhia permaneça atenta ao cenário global dos combustíveis, mas ressaltou que a Petrobras possui função estratégia nacional. Marina diz que governo não foi capaz de se antecipar à crise gerada na greve de caminhoneiros e apontou negligência da gestão do presidente Michel Temer. Ela pontuou que os representantes da categoria anteciparam a pauta e que faltou credibilidade ao governo para negociar. Sem citar o Banco Central, Marina pregou que as instituições financeiras sejam tratadas com autonomia, sem institucionalização, e que sejam preservadas de uso político. A presidenciável afirmou que irá retomar o tripé macroeconômico com câmbio flutuante, superávit primário e meta de inflação. Ela disse que o tripé foi abandonado e comprometeu ganhos de décadas em troca de dividendos eleitorais. Marina também se comprometeu a trabalhar por juros mais baixos para estimular os investimentos e chamou de “anomalia” a especulação no mercado financeiro. Disse ainda que irá reduzir o gasto púbico e controlar a inflação. A pré-candidata da Rede também disse que irá propor uma reforma tributária com base em princípios da “simplificação, justiça tributária, impessoalidade e transparência”. Ela criticou medidas protecionistas dos Estados Unidos contra a China e disse que a guerra comercial repercute no Brasil, criando situações difíceis para o País.

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