Matriz da Mercedes resiste a novos aportes

16 de outubro de 2018 às 0h01

São Paulo – O presidente da filial brasileira da Mercedes-Benz, Philipp Schiemer, informou ontem que está difícil convencer a matriz da empresa na Alemanha a trazer novos investimentos para o Brasil, em meio a tantas incertezas em relação ao futuro do País. Segundo ele, os executivos globais sentem-se mais inclinados a investir nos mercados asiáticos.

Schiemer garantiu que o atual plano de investimentos da montadora, de R$ 2,4 bilhões até 2022, não está em risco. No entanto, contou que teme pelos anos seguintes.

“O ciclo de investimento é de longo prazo, então, uma vez tomada a decisão, não se muda. Mas, quando estamos discutindo investimentos para 2023 e 2024, eu fico preocupado”, disse o executivo, em evento do setor automotivo em São Paulo, promovido pela editora AutoData.

Schiemer lamentou que o segundo turno da eleição presidencial esteja sendo disputado por dois candidatos que ele considera serem “extremos”, mas ressaltou que terá de aceitar o resultado e garantiu que vai trabalhar com qualquer um deles.

“Estamos em uma fase de grandes incertezas. A eleição colocou no segundo turno dois extremos, o que a gente esperava no início que não precisava chegar a esse ponto, mas chegou, então, vamos ter que aceitar isso, vamos trabalhar com qualquer um”, falou.

Incerteza eleitoral – Schiemer afirmou ainda que, infelizmente, a economia brasileira “é muito dependente da política”, mas que, no momento, tem havido uma trégua, uma vez que, apesar da incerteza eleitoral, o mercado de caminhões tem crescido – a Mercedes-Benz tem duas fábricas de veículos pesados no Brasil, uma em São Bernardo do Campo (SP) e outra em Juiz de Fora (MG).

“Essa trégua está ocorrendo porque a inflação está baixa e os juros estão baixos para os padrões brasileiros, e os bancos estão com um pouco mais de apetite ao risco, e há uma necessidade de renovação de frota”, pontuou.

“Mas os juros dependem da visão que os investidores têm do futuro do País, então, infelizmente, ainda dependemos muito da política”, afirmou. “A economia tem de andar sozinha, sem artifícios por parte do governo. Com previsibilidade, regras claras e segurança jurídica, a economia vai automaticamente se desenvolver”, acrescentou.

De qualquer forma, o executivo acredita que o mercado de caminhões deve continuar crescendo em 2019 – em 2018 o resultado acumulado até setembro é de expansão de 50%. “Vamos continuar crescendo, se não houver um desastre, se não voltarem políticas contrárias ao mercado, podemos ter expansão de 10% a 20%, é bem provável”, afirmou. (AE)

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