Minas terá Observatório das Desigualdades

24 de agosto de 2018 às 0h05

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Costa afirma que a ideia surgiu de um incômodo dentro da fundação a respeito do nível de desigualdade existente no País

O Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG) e a Fundação João Pinheiro (FJP) firmaram parceria para lançar o Observatório das Desigualdades de Minas Gerais. A iniciativa tem como público cidadãos não especialistas interessados em compreender o desafio das desigualdades no Brasil e em Minas Gerais. Serão produzidos mensalmente boletins com análises sintéticas sobre o tema. O informativo terá como pauta desde as definições básicas, a relevância e determinantes das desigualdades e a trajetória recente do Brasil e de Minas Gerais, até as alternativas e possibilidades de políticas de enfrentamento às desigualdades.

De acordo com o pesquisador e professor da FJP, Bruno Lazzarotti Diniz Costa, a ideia surgiu de um incômodo dentro da fundação a respeito do nível de desigualdade existente no Brasil. “O Brasil apresenta um dos maiores níveis de desigualdades do mundo não só de renda, mas de outras diversas formas, como nas questões de gênero, raciais, educacionais, acesso ao serviço público e outras e que alcança diferentes grupos. Entendemos que precisamos combater a naturalização que existe sobre a desigualdade no Brasil. Levamos a ideia ao Corecon-MG e fomos prontamente recebidos. Isso indica que existe muita gente com a mesma preocupação”, explica Costa.

Os boletins serão, em princípio, divulgados nos sites e redes sociais das instituições que trabalharão em conjunto na análise dos dados. A época, pouco antes das eleições de outubro, foi avaliada como propícia para a primeira edição do boletim, que deve ser disponibilizado em 15 dias.

“Temos que falar de desigualdade e, nesse período, isso é ainda mais importante, porque estamos às vésperas de uma eleição que pode determinar a continuidade ou não de políticas públicas que visavam mitigar esse drama vivido pelo Brasil. Políticas, essas, que têm sido enfraquecidas nos últimos anos. Apesar de muito grave e bastante mensurado e debatido no meio acadêmico, esse tema saiu da agenda pública e queremos dar a nossa contribuição para que as pessoas interessadas consigam ter dados e análises que as ajudem a tirar conclusões autônomas”, argumenta o professor da FJP.

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Estratégia – A estratégia é tratar poucos temas por boletim, em linguagem clara, fugindo do academicismo e do “economês” comum a esse tipo de estudo. Seria uma forma de relacionar e traduzir para o público amplo dados que são divulgados por instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

“As informações existem, mas precisam ser traduzidas. Temos no Corecon um grande parceiro, que tem uma comunidade qualificada e expertise para trabalhar o tema. Nossa vontade é criar um blog e levar essa discussão para as entidades da sociedade civil. Nosso dever é compartilhar o conhecimento sob pena dele se transformar em mais uma forma de discriminação e desigualdade”, afirma o pesquisador.

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