Setor quer atrair turistas em busca de aventuras

29 de setembro de 2018 às 0h05

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Dados do MTur apontam que as empresas deste segmento faturam R$ 500 mi anualmente - Foto: Fernando Piancasteli/Setur MG

A natureza rica em montanhas, cachoeiras, lagos, entre outros atrativos, é um convite para o turismo de aventura e o ecoturismo em Minas Gerais. As modalidades, intrinsecamente ligadas, atraem multidões capazes de atravessar continentes e não têm limitação de idade, gênero ou condição física. Porém, apesar do grande potencial do Estado, as agências mineiras vêm perdendo espaço para turistas que se organizam para fazer as viagens sem acompanhamento e buscam estratégias para reconquistar este mercado.

Para o gerente operacional da Primotur Turismo e membro do Núcleo de Receptivos da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem – Minas Gerais (Abav-MG), Hélder Primo, as rotas de aventura cederam espaço para os passeios culturais nos últimos anos.

“Atualmente vendemos mais passeios culturais do que ecológicos. Até 2008, tínhamos 80% das vendas para eco e aventura. Hoje, 80% é cultural e 20% são eco e aventura. Alguns até buscam um passeio mais aventura, porém, na hora de confirmar as informações, percebemos que o cliente quer apenas ir em uma cachoeira, sem muita caminhada ou passar pelos perrengues de um passeio de aventura”, explica Primo.

Atuante principalmente na Serra do Cipó, no entorno de Belo Horizonte e nas proximidades de Ouro Preto (região Central), o receptivo tem um público coerente com o apontado pela pesquisa. A maior parte tem alto padrão financeiro e idade entre 45 e 60 anos. Apesar disso, os profissionais vêm enfrentando um novo tipo de concorrência. De acordo com a pesquisa Demanda Turística de Minas Gerais 2017, divulgada pela Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (Setur-MG), 93,3% dos turistas que viajaram a título de fazer ecoturismo no Estado organizaram a viagem por conta própria.

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“A pessoa que curte aventuras dificilmente vai procurar uma empresa ou um guia de turismo, com formação para levá-lo até uma caverna, cachoeira ou uma travessia com acampamento. A maioria se junta em grupos pelas redes sociais, se encontram e partem para a sua aventura. Na maior parte das vezes, algo sai errado, mas as trips vêm aos poucos ocupando os espaços que outrora já foram das agências de ecoturismo e aventura. Mas sempre vai existir pessoas que querem pagar por uma ‘aventura controlada’, mas isso é caro”, avalia o gestor.

Mercado – Dados do Travel Leaders Group e da Adventure Travel Trade Association (ATTA) apontam que o mercado global de turismo de aventura representa atualmente US$ 683 bilhões em negócios. Considerando que em 2013 o valor estimado foi de US$ 375 bilhões, nota-se que é um setor em potencial crescimento. Mais da metade desses viajantes está na faixa etária entre 41 e 60 anos, o que mostra que não são só os jovens que têm se interessado por este tipo de turismo. Pessoas entre 29 e 40 anos correspondem a apenas 39,5%. Além disso, segundo os agentes de viagem entrevistados para o estudo, 30% dos seus clientes gastam entre US$ 2 mil e US$ 3 mil com viagens de aventura, 33% investem entre US$ 3 mil e US$ 5 mil e 22,5% mais de US$ 5 mil.

O Brasil é um dos países que mais pode aproveitar essa tendência. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), mais de 5 milhões de turistas visitam o País em busca dos mais notáveis destinos para a prática de exercícios ao ar livre. Ainda segundo a entidade, há mais de 2 mil empresas especializadas no segmento. Dados do Ministério do Turismo (MTur) apontam que essas empresas faturam em torno de R$ 500 milhões por ano e têm um total de mais de 5.300 clientes atendidos.

Ainda segundo o Mtur, a Serra do Cipó, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), na divisa entre as bacias dos rios São Francisco e Doce, é um dos lugares mais indicados para o turismo de aventura no País e atrai turistas interessados em canoagem, tirolesa e rapel, entre outros esportes.

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