CDL-BH pede ações de governos contra crise no comércio

19 de março de 2020 às 0h19

img
Crédito: Alisson J. Silva Arquivo DC

A disseminação do novo coronavírus (Covid-19) e os efeitos já impactantes para o comércio da capital mineira fizeram com que a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) buscasse auxílio junto aos governos federal, estadual e municipal.

Entre as solicitações da entidade ao poder público estão a prorrogação do pagamento de impostos e linhas de crédito diferenciadas.

De acordo com o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, alguns segmentos do comércio já viram as vendas caírem 50% por causa do surto da doença. A diminuição das comercializações é sentida mais no setor de bens duráveis, embora os reflexos sejam em diversas frentes. A área de vestuários e calçados, por exemplo, apresenta um recuo na ordem de 30%. “O horizonte é muito ruim”, afirma ele.

Se nada for feito, as consequências podem ser graves, segundo Marcelo de Souza e Silva.

“Muitas empresas vão fechar, o desemprego vai bater à porta”, salienta. Isso porque, lembra o presidente da entidade, há muitas obrigações tributárias, trabalhistas e civis, como as relacionadas ao pagamento de aluguéis e de fornecedores. “É uma conta pesada para todos nós. Tem que ser dividida. Nesse momento de sufoco, temos que dar as mãos”, destaca.

Embora, no momento da entrevista, não houvesse nenhuma sinalização do poder público em relação às solicitações realizadas pela entidade, segundo Marcelo de Souza e Silva, ele acredita que as respostas devem chegar ainda nesta semana, dado o vencimento próximo do prazo de pagamento do Simples Nacional.

“Nós estamos sendo muito bem ouvidos pelo governo. É importante lembrar que o setor de comércio e serviços emprega gente, gera impostos, faz o dinheiro circular”, pontua o presidente da CDL-BH.

Pedidos – Em nota, detalhadamente, a entidade afirma que solicitou ao governo federal o “parcelamento em até seis vezes do pagamento dos valores devidos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da parte da União no Simples Nacional; a concessão de linhas de crédito com condições diferenciadas junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a edição de uma Medida Provisória possibilitando ao empregador conceder férias coletivas aos funcionários, dispensando a comunicação ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência de 15 dias”.

Já ao governo estadual foi solicitado “a prorrogação do pagamento dos impostos estaduais, inclusive da parte do Estado no Simples Nacional por três meses, o parcelamento, em até seis vezes, dos impostos devidos e a disponibilização de linhas de crédito com condições diferenciadas junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG)”.

Por fim, foi buscado junto à prefeitura, a “prorrogação, por três meses, dos impostos municipais, inclusive na parte do Município no Simples Nacional, e o parcelamento, em até seis vezes, dos valores devidos”.

Pandemia pode fechar 25 milhões de vagas no mundo

Berlim – A pandemia de coronavírus pode desencadear uma crise econômica global, destruindo até 25 milhões de empregos em todo o mundo, se os governos não agirem rapidamente para proteger os trabalhadores do impacto, alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ontem.

“No entanto, se virmos uma resposta coordenada internacionalmente, como aconteceu na crise financeira global de 2008/09, o impacto no desemprego global poderá ser significativamente menor”, afirmou a OIT.

A organização pediu medidas urgentes, em larga escala e coordenadas, para proteger os trabalhadores em seu local de trabalho, estimular a economia e apoiar empregos e renda.

Tais medidas devem incluir a extensão da proteção social e apoio à retenção de empregos por meio de jornada reduzida ou licença remunerada, além de benefícios financeiros e fiscais, inclusive para micro, pequenas e médias empresas, acrescentou a OIT.

Com base em diferentes cenários para o impacto da pandemia sobre o crescimento econômico global, o desemprego mundial estimado pela OIT aumentaria entre 5,3 milhões (cenário “baixo”) e 24,7 milhões (cenário “alto”). Em comparação, a crise financeira global de 2008/09 aumentou o desemprego global em 22 milhões de pessoas.

“Isso não é mais apenas uma crise global de saúde, é também uma grande crise no mercado de trabalho e econômica que está causando um enorme impacto nas pessoas”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

“Em 2008, o mundo apresentou uma frente unida para lidar com as consequências da crise financeira global, e o pior foi evitado. Precisamos desse tipo de liderança e resolução agora”, acrescentou. (ABr/Reuters)

Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail