Faturamento real da indústria de Minas acumula retração de 4,5%

7 de março de 2020 às 0h14

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O faturamento do setor extrativo mineral recuou 39,8% | Crédito: Divulgação

O faturamento real da indústria registrou queda de 4,5% no acumulado de 12 meses, de fevereiro de 2019 a janeiro deste ano. O dado compõe a Pesquisa Indicadores Industriais, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Outros itens também apresentaram resultado negativo no mesmo período, como horas trabalhadas na produção (-1%) e rendimento médio real (-0,8%).

Analista de estudos econômicos da entidade, Júlia Silper afirma que os resultados refletem, sobretudo, a paralisação do setor extrativo mineral, devido ao rompimento da mina da Barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Para se ter uma ideia, quando se avalia somente a indústria extrativa mineral, é possível verificar queda de 39,8% no faturamento real do segmento, também no acumulado de 12 meses, segundo os dados da Fiemg. Houve recuo, ainda, nas horas trabalhadas na produção (-21,6%) e na utilização da capacidade instalada (-20,3 p.p.).

Em um comparativo com os números da indústria da transformação, por exemplo, é possível perceber que os indicadores são bem diferentes. Na mesma base de comparação, a diminuição do faturamento real nesse setor foi de 0,7%. As horas trabalhadas na produção, por sua vez, apresentaram crescimento de 1% e a utilização da capacidade instalada avançou 1,8 p.p.

Apesar da grande influência da tragédia de Brumadinho para as quedas no acumulado de 12 meses, porém, outros fatores ajudaram a diminuir os resultados da indústria como um todo. Júlia Silper cita, por exemplo, “a desaceleração de parceiros comerciais do Brasil, como a Argentina, e o ritmo fraco de recuperação da economia”.

Números positivos – Em meio a esse cenário negativo no acumulado de 12 meses, alguns números se destacaram, por outro lado, pelo crescimento. É o caso do indicador de emprego, que apresentou alta de 2,2% de fevereiro de 2019 a janeiro de 2020, o melhor resultado em seis anos. “É uma expansão moderada, lenta, mas que reflete uma tendência que tem sido observada de uma melhora gradual da economia. Os últimos anos foram bem ruins”, frisa Júlia.

Com o avanço no emprego, houve também o aumento da massa salarial real, de 1,5%. Já a utilização da capacidade instalada ficou em 80,4% no acumulado de 2019. “O número segue abaixo da média histórica, que é 82,8%”, afirma a analista de estudos econômicos da Fiemg.

Variação mensal – Na comparação entre janeiro deste ano e dezembro de 2019, o faturamento real da indústria apresentou um aumento de 1,2%. Na comparação entre janeiro de 2019 e o mesmo mês deste ano, houve recuo de 0,7%. De acordo com Júlia Silper, o crescimento mensal faz parte de um movimento verificado no mercado, mas a expansão é algo ainda moderado, diz ela.

Ainda observando a variação mensal na relação entre dezembro e janeiro, as horas trabalhadas na produção permaneceram estáveis, assim como a massa salarial real e o rendimento médio real. Na comparação entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020, as horas trabalhadas na produção cresceram 0,7%, o emprego 4,4% e a massa salarial real 3,2%. Já o rendimento médio real diminuiu 1,2%.

A variação mensal do emprego, por sua vez, registrou avanço de 0,4%. A utilização da capacidade instalada ficou em 80,3% em janeiro de 2020.

Apesar de os números ainda não mostrarem grandes crescimentos, Júlia Silper avalia que 2020 deverá ser melhor do que 2019. “As perspectivas são mais positivas. Esperamos uma retomada gradual da economia. O ambiente está mais favorável ao consumo. A inflação está controlada e houve avanço do crédito. Também está ocorrendo uma retomada do emprego”, ressalta.

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