O setor de investimentos na crise do Covid-19

31 de março de 2020 às 0h12

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Crédito: REUTERS/Aly Song

Daniel Ibri*

Frente à crise do novo coronavírus e os juros em queda, o investidor brasileiro se vê em uma difícil posição de decisão sobre o que fazer diante de um cenário socioeconômico tão negativo. Não dá para desprezar que haverá uma forte recessão, mas por outro lado, é importante pararmos para analisar todo o cenário, pensar no futuro e estarmos bem posicionados para o enfrentamento do pós-crise.

Quando falamos de investimento, é importante sempre analisar os movimentos que os países e seus Bancos Centrais vêm fazendo. Nesse cenário, podemos perceber qual perfil investidor terá um maior nível de estabilidade nos rendimentos à longo prazo e isso dá a chance de qualquer investidor mudar sua rota.

O investidor mais conservador, que vive de renda fixa – como CDBs e títulos do Tesouro Direto, que já chegaram a render quase 14% ao ano, irá sentir maior perda sobre sua renda, já que os juros continuarão caindo e junto com eles, os seus rendimentos. Para o investidor de risco, que tem seus rendimentos a médio e longo prazo, a crise não será um grande fator que irá abalar sua confiança em investimentos mais arriscados como Private Equity e Venture Capital, pois esse investidor foca no futuro e investe hoje em negócios que só serão rentáveis dentro de 8 a 10 anos.

Em uma análise mais próxima, o investidor conservador que precisa de seus rendimentos para se manter, verá que é preciso buscar outros tipos de investimentos para rentabilizar seu capital. A boa notícia é que nem tudo está perdido, pois a economia real traz algumas opções: desde investir na bolsa – onde ele pode comprar ativos mais baratos, “surfando” na onda da crise, ou ir para outros tipos como Venture Capital (longo prazo) ou empresas PME que ele confia (médio prazo).

Então, em uma análise do passado de últimas crises econômicas, em comparação com o ciclo de investimento em Venture Capital (de duração entre 8 e 10 anos), com certeza investidores já passaram por grandes crises, como a “Crise das ponto com” nos anos 2000 e a “Grande Recessão” em 2008, mas ainda assim tiveram considerável retorno nos anos subsequentes, pois para o investidor em Venture Capital, a segurança está nos fundamentos do negócio e não em especulação, como acontece na bolsa — onde o investidor fica à mercê de acontecimentos factuais.

Portanto, acreditamos que mesmo que estejamos enfrentando o que talvez seja a maior crise socioeconômica que o mundo passou nesta geração, podemos olhar para o futuro de forma mais positiva e assertiva, buscando alternativas como investimentos no setor de Venture Capital, que tende a atravessar a crise de forma melhor por ser menos volátil e não impactar gravemente os rendimentos esperados, além de continuar privilegiando a necessária inovação tecnológica e geração de empregos e renda no longo prazo.

*CEO da Mindset Ventures

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