Minas Gerais tem no setor de tecnologia a força para retomar a economia

15 de setembro de 2020 às 0h12

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Forma como as pessoas e organizações viam a tecnologia mudou, afirma Fábio Veras | Crédito: Divulgação/Sindinfor

Em 2020, a sociedade se viu obrigada a se transformar digitalmente. A pandemia do novo coronavírus e as recomendações de isolamento social em todo o mundo provocaram urgência à necessidade de investimentos em inovação e tecnologia como jamais vimos, tanto em nossas casas quanto em organizações dos mais variados setores e portes.

No surgimento desse “novo normal”, que certamente mudou de vez o comportamento das pessoas e das empresas, a tecnologia tornou-se protagonista, como uma das principais intermediadoras – e porque não dizer viabilizadoras – de novos modelos de negócios, novas experiências de clientes e das relações de consumo e serviços de modo geral.

Toda essa situação jogou luz para os setores de tecnologia da informação (TI), software e inovação, que estão animados com esse novo cenário. “A crise de saúde que ainda estamos enfrentando mudou tudo na vida das pessoas, sobretudo, a forma como as pessoas e organizações viam a tecnologia”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Software e de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Sindinfor), principal entidade representativa do setor no Estado, Fábio Veras.

As atividades digitais estão cada vez mais comuns no nosso dia a dia. Com apenas um clique ou um toque no celular é possível resolver muitas tarefas. O que antes era feito a partir de uma “base fixa”, como um escritório, hoje é feito A distância pelo home office tranquilamente – e há quem diga até mesmo que com mais produtividade. “O que vinha caminhando há alguns anos, com a pandemia ocorreu de forma abrupta: a migração do físico para o digital se tornou essencial e urgente para a sociedade e para que isso ocorra da melhor forma, é preciso investir em tecnologia”, destaca Veras.

Transformação digital é realidade – A 31ª Pesquisa Anual do Uso de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil, lançada recentemente pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (FGVcia), da Fundação Getulio Vargas (FGV), corrobora esse cenário.

Segundo a pesquisa, o Brasil registra 424 milhões de dispositivos digitais – smartphones, tablets, notebooks e computadores – em uso atualmente, o que dá uma média de dois dispositivos por habitante. Mais da metade deles são celulares inteligentes, sendo 1,12 smartphone por pessoa. Nas empresas, o investimento em TI já atinge 8% das suas receitas.

Em relação ao uso de computadores, a pesquisa aponta que o número de unidades em utilização no País passou de 1 milhão para 190 milhões nos últimos 31 anos – apenas de 2000 a 2014, o número dobrou a cada quatro anos. Na relação computador por habitante, já são 9 equipamentos para cada 10 habitantes em 2020. Entre 2023 e 2024, essa proporção deve chegar a um aparelho por habitante.

“Esses dados demonstram que, mesmo com a economia retraída, a ampliação de experiências de ensino e trabalho remotos, entre outras, durante a pandemia provocou um processo de transformação digital que certamente será intensificado nos próximos anos”, afirma o dirigente.

Sindinfor vislumbra “mar” de oportunidades

Minas Gerais é um polo de inovação e tecnologia que tem potencial de ser ainda maior. E sim, sob o ponto de vista de mercado, os efeitos da pandemia também impactaram de maneira diversa o setor. “Empresas com o foco em nichos mais afetados pela quarentena como educação presencial, setor automotivo ou setor de turismo, por exemplo, sentiram mais. No entanto, aquelas com modelos SAAS e plataformas escaláveis ou segmentos que cresceram como saúde e e-commerce também tiveram muitas oportunidades”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Software e de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Sindinfor), Fábio Veras.

Segundo Veras, as empresas que oferecem soluções de produtividade e de transformação digital tiveram ótima performance. “A compreensão do peso do uso de tecnologia para aumento da eficiência de gestão, aumento de produtividade e entendimento do mercado/experiência do cliente gerou aumento de demanda. A pandemia antecipou e acelerou essa tendência, o que para o setor foi positivo, embora tenhamos outros problemas”, explica.

Todo o setor, que hoje é composto por mais de oito mil empresas mineiras, e o Sindinfor, trabalham para tornar e manter Minas Gerais como uma referência mundial em negócios digitais, a partir do desenvolvimento de políticas públicas, geração de conhecimento, apoio e fomento à inovação e ao empreendedorismo. “Nosso Estado é destaque nacional e internacional entre startups, empresas de base tecnológica, aceleradoras, fundos de investimento, dentre outros negócios concentrados nesse ecossistema, e sempre figura entre os primeiros estados nos rankings das principais associações nacionais. Temos conseguido assegurar um ambiente de negócios propício à inovação, dinâmico, competitivo globalmente e, principalmente, ético, no atual momento”, destaca Veras.

Legislação em transformação – O setor está animado, apesar de alguns desafios postos no regramento legislativo. Recentemente, as principais bandeiras levantadas pelas entidades representativas, entre elas o Sindinfor, têm sido a desoneração da folha de pagamentos, uma vez que o setor de TI é um dos que mais contratam no País. Uma proposta aprovada pelo Congresso previa que a desoneração seria prorrogada até o fim de 2021, mas o trecho foi vetado pelo presidente. As entidades representativas vêm atuando intensamente para reverter o veto.

Outra batalha, vencida recentemente, trata da criação da Agência Nacional de Proteção de Dados Pessoais (ANPD), fundamentada no escopo da legislação que trata da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A criação da autarquia aconteceu um dia depois do Senado aprovar a entrada em vigor da LGPD, no fim de agosto.

A Lei 13.709/2018, conhecida como LGPD, tem como mote principal garantir maior controle e segurança em relação à privacidade das pessoas nos meios digitais. A decisão regulatória tomou como base a lei europeia GDPR (General Data Protection Regulation), e traz consigo, além da segurança do indivíduo, garantias de mais transparência nas relações comerciais e melhores condições de competitividade global às empresas brasileiras.

A agência é essencial para que haja um equilíbrio entre proteção de dados pessoais e desenvolvimento da economia digital. Sem sua criação, não existem regulações nem orientações para guiarem todas as organizações brasileiras para que avancem em um pleno trabalho de conformidade com a LGPD.

Especialistas debatem atual momento

Para ajudar as empresas do setor a enfrentarem o momento de transformação e gerar oportunidades, o Sindinfor criou o Corporate Digital Business. Trata-se de um projeto que tem foco em trazer conteúdos de altíssimo nível por meio de debates com C-level de grandes empresas, chamando o mercado a dizer como enxerga a transformação digital.

Sempre com conteúdos atuais e temas relevantes, a proposta é buscar soluções que se encaixem nessa nova lógica dos negócios com quem realmente entende do assunto. A primeira edição, realizada no dia 24 de agosto, debateu a “Gestão na era pós-digital” com o especialista em Inovação e Transformação Digital, publicitário, administrador de empresas e sócio-diretor da Unimark Comunicação, Walter Longo.

Para as próximas edições, outros grandes nomes já estão confirmados: Augusto Lins, gerente Comercial da Stone, vai falar sobre “A Revolução no Mercado Financeiro”, no dia 8 de setembro; Vicente Goeten, da Totvs, falará sobre a “Gestão na Era Pós-Digital”, no dia 22 de setembro; Carlos Melles, do Sebrae, falará sobre “Empresas Tecnológicas de pequeno porte: Impacto positivo na nossa economia”, no dia 6 de outubro; e Sandro Magaldi, da Meu Sucesso, falará sobre “Insights para nova cultura corporativo”, no dia 20 de outubro.

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