Em tempos de inovação, empresas que buscam o novo e agregar mais valor para o seu negócio precisam trabalhar a cultura da experimentação. Testar novas ideias, produtos ou mesmo modelo de negócio, leva à experimentação.
À medida que as mudanças acontecem de forma acelerada e complexa, impactando todos os setores e principalmente a cadeia produtiva, a experimentação se torna cada vez mais necessária como meio de mitigar incertezas, suposições e, principalmente acelerar o processo de inovação.
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É verdade que aplicar a experimentação em uma empresa não é uma tarefa fácil. Com o objetivo de criar mais valor para os seus projetos de inovação, alguns princípios são fundamentais.
David L. Roges, em seu livro, Transformação Digital – Repensando o seu negócio para a era digital, formulou os sete princípios da experimentação com base na observação de empresas inovadoras. Vale lembrar que, esses sete princípios se aplicam a qualquer experimento de negócio.
Listei os sete princípios e explico cada um deles.
1. Aprenda cedo: O primeiro princípio é começar a experimentar desde o começo da iniciativa de inovação, para que você seja capaz de aprender o mais cedo possível durante o processo. Lembre-se sempre disso; inovação exige processos!
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Através da experimentação, as ideias ineficazes devem fracassar o quanto antes no processo de desenvolvimento, muito antes de o produto chegar ao público e enquanto o custo de mudar o curso é muito mais baixo.
2. Seja rápido e iterativo: O segundo princípio da experimentação é a velocidade. Falhe rápido e barato! Aprenda rápido com o erros e em ciclo iterativos, em vez de esperar meses.
Quem acompanha essa coluna, já tem conhecimento do que é um MVP (Mínimo Viável do Produto). Transforme ideias em produtos/serviços para que o protótipo seja testado o quando antes.
A primeira versão não precisa ser a mais completa, pelo ao contrário, estamos falando em um produto com o mínimo de recursos possíveis, desde que sua função de solução ao problema para o qual foi criado, configure um produto à ser utilizado, ainda que em forma de protótipo.
3. Apaixone-se pelo problema, não pela solução: Essa é uma frase clássica citada pelo cofundador do Waze, Uri Levine. A paixão pelo problema o mantém focado no cliente e em suas necessidades.
Ao forçar a compreender primeiro o problema do cliente, você assume uma atitude importante para garantir que o processo de inovação se concentre no valor para o cliente.
O foco no problema e não na solução, nos estimula a considerar mais de uma solução possível. Uma solução que a princípio parece promissora, pode interromper prematuramente soluções mais eficientes.
4. Receba feedback confiável: Depois de conceber soluções, é fundamental reunir feedback confiável sobre suas ideias. Essa credibilidade começa com as pessoas com quem você conversa.
Elas devem ser de clientes reais ou potenciais, não você próprio, de colegas ou chefes.
Desenvolva protótipos e os apresente para quem de fato irá utilizá-los.
5. Meça o que importa agora: É de suma importância realizar aferições em qualquer experimento. Mas o que medir? Uma das soluções pode ser trabalhar com a metodologia OKR (Objectives and Key Results), ou seja, definição de (objetivo) e de resultados chave (medido por).
Um de seus principais diferenciais é justamente a agilidade na mensuração dos objetivos e resultados. A lógica da OKR é ser dinâmica, com ciclos mais curtos de metas, geralmente de três em três meses.
6. Teste seus pressupostos: Embora seja essencial reduzir o risco em muitos novos empreendimentos, esse princípio é muito importante nas inovações que levam a empresa para territórios arenosos.
Se não sentir segurança com o seu produto ou negócio, faça experimentos com clientes reais. Uma ideia baseada em simples pressuposto, pode gerar um viés e fazer você perder muito tempo, e dinheiro!
Empresas tradicionais acostumadas a operarem em seu próprio território, costumam ignorar a fase de teste dos pressupostos, quando estão buscando a inovação. Existem métodos para identificar e testar esses pressupostos.
7. Fracasse com inteligência: Chegamos ao último princípio da experimentação. Uma coisa é certa, o fracasso é inevitável, e ele chegará para todos! Podemos definir fracasso como algo que não funcionou da forma como planejamos.
Obviamente, esse não é o objetivo final da inovação, mas é parte inamovível dentro do processo de inovação. O desafio do fracasso é justamente fracassar com inteligência.
Você pode estar confuso(a) e se perguntando; O que seria fracassar com inteligência, não seriam verbos antagônicos?
A resposta é não! O fracasso inteligente é medido. Existem “regras” ou boas práticas para que de fato seja considerado como tal.
Algumas perguntas podem (devem) ser levantadas.
O que você aprendeu com o fracasso no teste? Você aplicou o que aprendeu para mudar a estratégia, o plano? O fracasso ocorreu tão cedo e foi tão barato quanto possível? Você compartilhou o fracasso com o time?
O fracasso inteligente é, na verdade, parte essencial da experimentação. É necessário eliminar as más opções com rapidez e baseado no aprendizado dos testes.
Agora que vimos os sete princípios da experimentação, chegou a hora de colocar em prática os experimentos.
Finalizo com a seguinte pergunta. A sua empresa está aberta para testes?
O futuro é agora!
Até a próxima.
Bruno de Lacerda.