País no mapa da mobilidade elétrica

11 de dezembro de 2020 às 0h14

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Estação de De Conti e Bertoncello vai mudar a forma como se recarregam os carros no mundo | Crédito: Divulgação/Tupinambá

Se você é um dos milhões de brasileiros que nunca pensou em ter um carro elétrico com medo de não ter onde carregar seu veículo, saiba que a startup brasileira Tupinambá, dos sócios Davi Bertoncello (ex-CEO da Hello Research e fundador da No Beta) e Pedro De Conti (fundador do Grubster/Chefs Club), acaba de lançar sua rede de recarga veicular, que conta com uma estação que vai mudar a forma como se recarregam os carros elétricos aqui e no mundo.

Para a dupla, inovação é combustível há muitos carnavais. Bertoncello já foi listado entre os maiores empresários brasileiros de até 40 anos. De Conti, com 15 anos dedicados a startups de sucesso, sendo os últimos nove à frente do aplicativo líder em reserva de restaurantes do Brasil, traz sua bagagem em tecnologia e operações para justamente criar um serviço de excelência.

“Atualmente, quando um dono de carro elétrico encontra um ponto de recarga, muitas vezes acaba dando de cara com um carregador que não está funcionando ou já está ocupado. Para oferecer uma conveniência inédita e um serviço com a qualidade e confiabilidade que os motoristas de carros elétricos e híbridos merecem, desenvolvemos um software que possibilita a reserva de vaga pelo nosso aplicativo (disponível iOS e Android). Assim o dono de um veículo elétrico pode, durante seu trajeto, reservar e estacionar para carregar sem grandes preocupações”, afirma De Conti. O software da Tupinambá também está disponível para empresas que queiram gerenciar seus próprios carregadores, como construtoras e concessionárias.

Sabedores de que o processo de adoção dos carros elétricos, que hoje são pouco mais de 60 mil no Brasil, vai se alongar pelos próximos sete anos, a estação criada pela Tupinambá é também um poderoso veículo de mídia (DOOH), com telas de 55 polegadas prontas para exibir conteúdo educacional sobre mobilidade, além de oferecer um espaço publicitário super premium. Uma forma de marcas se associarem a uma agenda positiva, oferecendo a recarga como forma de patrocínio e incentivando a adoção do carro elétrico.

“Uma das fricções na adesão aos veículos elétricos no Brasil vem do déficit da infraestrutura de recarga. Ninguém quer dar o primeiro passo num cenário de alto investimento e demanda de recarga ainda tímida. Daí nossa solução de agregar uma oferta de mídia nas estações, associando locais com público altamente qualificado e o apelo sustentável do serviço de recarga à comunicação dos apoiadores. Principalmente após a pandemia, ficou claro que o consumidor espera que as marcas se posicionem em favor do desenvolvimento sustentável e definitivamente podemos ajudar nessa missão”, aponta Bertoncello.

A chave do sucesso da Tupinambá passa também em centrar sua solução na experiência do consumidor a partir de parcerias com gigantes mundiais. Em colaboração com a francesa Schneider Electric, líder global na transformação digital e gerenciamento e automação de energia, a Tupinambá está lançando suas primeiras estações em pontos estratégicos na cidade de São Paulo. A primeira estação, de dez iniciais que serão instaladas ainda em 2020, já está em pleno funcionamento no Shopping Cidade São Paulo.

“Na Schneider Electric, levamos a sério a nossa missão de garantir que ‘Life Is On’ para todas as pessoas, em todos os lugares e em todos os momentos. Dessa forma, desenvolvemos soluções de automação e gestão de energia que vão desde o carregador veicular até softwares para gestão da distribuição de energia nas cidades”, diz o engenheiro de aplicação em E-Mobility da Schneider Electric Brasil, Luiz Henrique Ramos.

Nesse sentido, Ramos explica que o projeto com a Tupinambá surgiu para garantir que a mobilidade elétrica ganhasse força no Brasil. “Além disso, estamos fomentando no mercado nossa linha EVlink, que possui em seu portfólio carregadores para diferentes aplicações e softwares de gestão de demanda. Nas estações da Tupinambá Energia, através das soluções EVlink, da Schneider Electric, as pessoas e seus veículos terão segurança, conectividade e conforto para carregar seus veículos elétricos”, afirma Ramos.

As estações são assinadas pela Questtonó, que aportou seu knowhow no projeto via processo de venture design: “Existe uma crescente percepção mundial em relação ao design como uma ferramenta de inovação que pode impulsionar o crescimento dos negócios, sobretudo se trabalhamos a experiência do consumidor de maneira sistêmica desde o início. Isso garante consistência para o negócio e aumenta o interesse por parte do público e consequentemente de investidores”, aponta o CCO e diretor criativo da Questtonó, Leonardo Massareli.

Startup planeja captar R$ 300 milhões

Em outubro de 2018, nascia a Juntos Somos Mais, uma joint-venture que conta como acionistas players importantes do mercado da construção civil – Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre. A empresa gere o Juntos Somos +, maior programa nacional de fidelidade do varejo de material de construção e que funciona como um plano de benefícios para as lojas, vendedores e profissionais da obra com o objetivo desenvolver e modernizar o varejo da construção civil – um mercado que movimenta aproximadamente R$ 225 bilhões ao ano com 136 mil lojas e 4,6 milhões de profissionais de obra.

Criado em 2014 pela Votorantim Cimentos, o programa Juntos Somos + contempla hoje mais de 80 mil varejistas do setor e 500 mil profissionais do setor em todo o Brasil e empresas de serviços e indústrias ligadas à construção civil. Após o anúncio da entrada da Vivo Empresas, em outubro, a empresa Driv.in – referência em soluções logísticas – passou a fazer parte da plataforma sendo a 27ª empresa participante e consolidando a Juntos Somos Mais como o maior ecossistema do varejo da construção civil no País. “O Juntos Somos + já é amplamente utilizado e, de 2014 a 2020, distribuiu mais de um bilhão de pontos, concedeu cerca de 300 mil prêmios e impactou mais de 100 mil pessoas diretamente. Em junho deste ano, atingimos o recorde de pontos resgatados e nosso índice de expiração de pontos – o breakage – segue em menos de 20%, um excelente índice de engajamento”, afirma o CEO da Juntos Somos Mais, Antonio Serrano.

A nova companhia também simboliza o comprometimento da Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre com a promoção de projetos inovadores para o mercado da construção civil. Outro exemplo da Votorantim Cimentos é a criação do movimento VCajuda. O objetivo da plataforma lançada em abril deste ano é capacitar e apoiar o varejo da construção civil com conteúdo relevante e soluções digitais que o ajudem nas vendas durante esse período de pandemia da Covid-19. O VCajuda também traz informações para que o consumidor final possa encontrar qual a loja mais próxima dele que está funcionando.

Já a Gerdau criou um braço de suas operações para gerenciar e acelerar os novos negócios do grupo, a Gerdau Next. A nova divisão irá desenvolver novos produtos adjacentes à produção de aço, carro-chefe da companhia e, para 2030, a meta é atingir cerca de 20% da receita da Gerdau com negócios relacionados à cadeia do aço. A Tigre segue com o objetivo de impulsionar a digitalização e transformação do setor da construção civil e, em 2020, passou a apoiar o programa de aceleração de startups do mercado. Como uma das apoiadoras Mit Hub, a expectativa da companhia é encontrar e apoiar startups que estejam desenvolvendo inovações em torno do ambiente de água e industrialização do ambiente construtivo.

Em seus dois primeiros anos como empresa independente, a Juntos Somos Mais já gerou caixa e alcançou números de participantes que esperava no seu business plan inicial atingir em três a quatro anos. A empresa emprega hoje 120 pessoas e adota uma cultura de startup, com um propósito bem definido e uma estrutura pouco hierárquica, que encoraja o desenvolvimento de ideias inovadoras. “A Juntos Somos Mais cumpre um papel importante na cadeia da construção, de qualificar ainda mais o ponto de vendas. A revenda de materiais de construção tem um aliado, no seu processo de modernização e crescimento”, avalia o CEO da Tigre, Otto von Sothen.

A velocidade em testar novas ideias encoraja as empresas participantes a utilizar as soluções da Juntos Somos Mais como plataforma e veículo de inovação, aprimorando a eficiência e digitalização de todo o setor. A convivência entre empresas centenárias e uma empresa jovem também tem sido benéfica para aprimorar a gestão de ambos os lados. “Nossa empresa é gerida com diferente lógica de negócio, cultura, ambição e afinidade ao risco. Estas diferenças trazem sempre uma reflexão positiva sobre que processos das empresas tradicionais devemos implantar e quais processos devemos exportar”, complementa Serrano.

Nessa jornada para fortalecer o setor da construção civil no Brasil, a Juntos Somos Mais anunciou recentemente a aquisição da plataforma gaúcha Triider, um marketplace de serviços que conecta clientes com profissionais qualificados do mercado da construção civil. Para 2021, os planos da Juntos Somos Mais seguem robustos: a startup pretende levantar até R$ 300 milhões em investimentos vindos de fundos de private equity no próximo ano para desenvolver ainda mais o negócio, fortalecer a governança da empresa e consolidar o papel da empresa na transformação do setor da construção civil.

Minas é vice-líder em inovação regulatória

Minas Gerais tem 8,6% das startups de inovação regulatória do Brasil, sendo vice-líder na quantidade dessas startups no Brasil. É o que aponta o estudo “RegTech Mining Report”, realizado pela KPMG. O conteúdo mostra que, no Brasil, existem ao todo 309 startups desse tipo, sendo que São Paulo engloba quase a metade delas com 49,3% do total. Rio Grande do Sul tem 8,2%, Rio de Janeiro tem 7,5%, Santa Catarina tem 7,5%, Paraná tem 6,4% e o Distrito Federal tem 2,9%.

As RegTechs são startups que oferecem soluções para ajudar empresas a se adequar às mudanças no ambiente regulatório (leis, regulamentos e outras normas), a trazer inteligência para a gestão regulatória e até mesmo a monitorar movimentos governamentais e de legisladores.

Em termos regionais, o Sudeste concentra a maioria (66%) das RegTechs. A distribuição nas demais regiões brasileiras é a seguinte: Sul (22%), Nordeste (5,7%), Centro-Oeste (4,3%) e Norte (1,4%).

“A pesquisa evidencia regiões e locais que estão se destacando em diversas pesquisas por uma vocação natural à inovação e ao empreendedorismo. Isso é positivo para cada região e evidencia que as empresas locais têm potencial para crescer e contribuir com o desenvolvimento do País”, afirma o sócio-diretor de Regulatório da KPMG no Brasil, Marcelo Ribeiro.

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