Em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), há quem se esqueça dos cuidados com a disseminação de outras doenças, como dengue, chikungunya, zika e febre amarela, transmitidas pelo mosquito aedes aegypti e muito comuns no Brasil.
E se um dispositivo desenvolvido por um mineiro pudesse ajudar no controle da proliferação do mosquito e, ainda, de outras pragas urbanas, além de minimizar odores e bloquear a entrada de detritos nos bueiros, sem causar danos ao meio ambiente por meio de uma barreira física em bocas de lobo?
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Foi isso que o pesquisador e morador de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Sérgio Nestor, criou com a Válvula Moynes.
A invenção data de 2008 e o início da busca pelo registro de 2014. Anos se passaram e a patente para “a disposição aplicada a módulo de vedação encaixável para bueiro, boca de lobo e caixa de passagem, foi concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) como modelo de utilidade” em 2018.
Desde então, segundo Nestor, foi iniciada a produção e comercialização da válvula, que atualmente já é utilizada por quatro condomínios em Nova Lima e também já foi testada por meses pela prefeitura daquela cidade. Além disso, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), através da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), também teve acesso ao método para aplicação nas mais de 120 mil bocas de lobos espalhadas pela capital mineira.
Entre as vantagens do equipamento, conforme o pesquisador, está a fácil instalação, a redução do índice de doenças, a economia de gastos com a dedetização e saúde pública, a maior segurança das bocas de lobo, a não interferência no funcionamento dos bueiros em qualquer inclinação, entre outras. Ele citou também o material resistente à corrosão e ao ataque de roedores.
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“A válvula foi testada em laboratórios e em campo. Foi aprovada com excelência em testes duradouros realizados por uma empresa de engenharia e na Associação dos Moradores do Alphaville. Em Nova Lima e Belo Horizonte, há válvulas operando plenamente, sem interrupção, em alguns locais”, revelou.
O boletim mais recente da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) mostra que nos quatro primeiros meses de 2020, Minas registrou 56.031 casos prováveis (suspeito + confirmado) de dengue.
Quanto aos óbitos, apenas neste ano já foram registrados cinco mortes no Estado em decorrência da doença nos municípios de Alfenas, Medina, Guaxupé, Itinga e Carneirinho. Além disso, existem, ainda, 26 óbitos em investigação.
Em relação à febre chikungunya, foram registrados em 2020, até o momento, 944 casos prováveis da doença e há um óbito em investigação no município de Campo Belo. Já em relação à zika, em 2020 foram registrados 317 casos prováveis, sendo 34 em gestantes.