EDITORIAL | Hora de mudar e fazer melhor

25 de março de 2020 às 0h15

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Crédito: REUTERS/Ricardo Moraes

A perspectiva de paralisação da economia é global e consequência direta das medidas de contenção da pandemia provocada pelo coronavírus. Ninguém é capaz de antecipar o futuro, de apontar por quanto tempo a economia permanecerá inativa e, muito menos, de estimar por quanto tempo será possível resistir, algo que evidentemente variará de país para país.

Mais de perto, evidentemente, nos interessa o que acontecerá com o Brasil e os brasileiros. Por quanto tempo, por exemplo, bares e restaurantes, que normalmente são atividades de pequeno porte, poderão permanecer de portas baixadas e continuar honrando seus compromissos com colaboradores, fornecedores e encargos de natureza tributária? Muitos, dizem representantes da classe, terão fôlego para aguentar um mês, talvez pouco mais.

Tomamos bares e restaurantes como exemplo e nos vemos diante de uma reação em cadeia que se propaga como a gripe, alcançando toda a economia, talvez até com mais velocidade e efeitos ainda piores. Para o planeta, já se estima que será o pior trimestre da história. No Brasil, milhares de empresas, começando das pequenas, mais frágeis, mas certamente não poupando algumas das grandes, poderão entrar em colapso, num processo que não se imagina possa ser contido pelas medidas até agora anunciadas.

De um momento para outro, antigos paradigmas perderam valor e sentido diante de um vírus que pode ser letal para a saúde humana, da mesma forma que para a economia. É fato, até mesmo para as economias do dito Primeiro Mundo, altamente industrializadas e ricas, que os sistemas de saúde não têm como acompanhar a velocidade da contaminação, restando como saída o dito isolamento social, já em prática, e capaz de evitar uma situação de colapso, em que não será possível atender a todos que dependerem de tratamento intensivo.

A salvação possível, mas a um custo muito elevado e que já pode ser sentido dramaticamente e não apenas no Brasil, vai além do suporte publico. Bares, restaurantes, hotéis, teatros e casas de espetáculos e, agora, também praticamente todo o comércio, além da aviação comercial, estão parados.

A indústria, que já enfrenta problemas de suprimento, virá em seguida, tudo isso implicando em que não haverá renda, não haverá consumo, não haverá produção, tampouco a correspondente arrecadação de tributos.

A esperança é que a resistência seja premiada com a recuperação fundada em bases inovadoras, em que a prosperidade compartilhada seja a um só tempo sinônimo de equilíbrio e justiça, de mais e melhores oportunidades para todos, de menores riscos também para todos.

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