Governo deve fechar mandato com queda na dívida

14 de fevereiro de 2020 às 0h04

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Crédito: Divulgação

Brasília – Segundo o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, o governo Jair Bolsonaro deverá fechar seu mandato entregando uma queda na dívida bruta sobre o PIB apenas considerando o pagamento antecipado de empréstimos pelo BNDES ao Tesouro. Atualmente, o banco ainda tem R$ 193,8 bilhões de quase meio trilhão de reais que chegaram a ser repassados em governos petistas para que concedesse financiamentos a juros subsidiados.

“O BNDES tem para nos pagar ainda um pouco acima de 2% do PIB. Se ele pagar tudo isso ou parte disso até o final deste governo, é quase certo que a gente consegue reduzir dívida bruta só com BNDES”, disse Mansueto.

Ainda não há definição do quanto será devolvido ao Tesouro neste ano, mas Mansueto lembrou que, com a política de desinvestimento do BNDES ganhando tração, o banco deverá aumentar significativamente sua liquidez, ganhando conforto para antecipar pagamentos fora do cronograma originalmente pactuado com a União. Em fevereiro, o BNDES levantou R$ 22 bilhões com a venda de suas ações ordinárias na Petrobras.

Mansueto frisou ainda que a conta de queda da dívida bruta ao fim de 2022 não envolve a venda de reservas pelo Banco Central, vetor que também foi fundamental para o recuo do indicador a 75,8% do PIB em 2019 ante 76,5% em 2018. “No Tesouro, a gente não faz projeção nenhuma de dívida incorporando movimento de reserva, é variável que não está no nosso controle, é política do Banco Central”, pontuou.

Crescimento econômico O secretário disse que o crescimento econômico terá papel preponderante na diminuição da dívida bruta, já que uma expansão de 1% do PIB implica redução da relação entre dívida bruta e PIB da ordem de 3,9 pontos.

Caso o Brasil consolide crescimento por volta de 2,5%, inclusive, ele estimou que uma melhora da nota de crédito do País pelas agências de classificação de risco será possível ainda em 2020.

Já o caminho para a retomada do grau de investimento é mais árduo e depende, na visão de Mansueto, da concomitante obtenção de superávit primário. O governo conseguiu economizar para pagar juros da dívida pela última vez em 2013. Pelas projeções atuais da equipe econômica, o País seguirá na trajetória de déficits primários até 2022.

“Eu acho que a gente só vai ter um grau de investimento, recuperar mesmo o grau de investimento, quando a gente estiver com crescimento mais consistente e tiver resultado primário (positivo)”, disse Mansueto, estimando que isso ocorrerá “mais para frente”.

Questionado sobre seus possíveis planos de deixar o governo, depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter dito, na semana passada, que Mansueto poderia em breve ir para a iniciativa privada ou para uma instituição multilateral, o secretário disse que, quando tomar essa decisão, fará o anúncio com antecedência.

“De vez em quando, eu falo para ele (Paulo Guedes), quando começa a falar dos planos, ‘olha, vai chegar uma hora que eu vou sair porque eu não meu vejo mais três, quatro, cinco, seis anos no serviço público não’”, afirmou. “E é até bom que em algum momento eu saia para que as pessoas notem o avanço institucional que teve aqui no Tesouro Nacional”, acrescentou, destacando a prática da secretaria, mantida em sua gestão, de prestar contas ao Tribunal de Contas da União de suas discussões internas. (Reuters)

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