Duas instituições financeiras de grande reconhecimento, a BRK Financeira e a PortoCred, tiveram falência decretada pelo Banco Central do Brasil, para surpresa de investidores e clientes.
O anúncio, feito nesta semana, ocorre após ambas estarem em processo de liquidação extrajudicial, e gera uma onda de preocupação sobre a solidez e regulamentação do sistema bancário brasileiro.
A BRK Financeira já enfrentava dificuldades financeiras desde fevereiro de 2023, quando entrou em liquidação extrajudicial devido a problemas graves de gestão e descumprimento de normas regulatórias.
A PortoCred, por sua vez, também acumulava situações financeiras críticas, que afetaram diretamente investidores e titulares de créditos.
Segundo o economista Eduardo Araújo, a quebra expõe os riscos de investir em instituições financeiras de menor porte, mesmo quando oferecem produtos aparentemente seguros:
“A BRK, por exemplo, vendia CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que possuem garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição. Mas a falência mostra que mesmo com essa proteção, a instabilidade pode gerar grandes prejuízos e demora para a recuperação dos valores.”
Como os clientes serão reembolsados?
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC), entidade privada sem fins lucrativos, será o responsável por ressarcir investidores e correntistas.
- A cobertura é de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição, incluindo valores em conta corrente, poupança e investimentos como CDBs.
- O pagamento aos credores normalmente começa em até 30 dias, dependendo da complexidade da liquidação.
- Investidores devem consultar o site do FGC e seguir as orientações para formalizar o pedido de restituição.
Impacto no mercado e na confiança do sistema
A falência de duas instituições conhecidas abala a confiança do público no sistema bancário nacional, levantando questionamentos sobre a efetividade da supervisão regulatória e a segurança dos ativos financeiros.
Para especialistas, medidas preventivas são urgentes para evitar novos colapsos. Entre as soluções propostas estão:
- Revisão e fortalecimento das auditorias internas e externas;
- Regras mais rígidas de compliance e governança corporativa;
- Supervisão mais intensa pelo Banco Central;
- Campanhas de educação financeira, incentivando a diversificação de investimentos.