Em 2008, às vésperas de sua estreia no mercado brasileiro, a Azul Linhas Aéreas optou por um caminho inusitado para definir seu nome. Em vez de recorrer apenas a uma equipe de marketing, a nova companhia aérea lançou um concurso nacional que convidava o público a sugerir possíveis nomes.
A proposta partiu do publicitário Gianfranco “Panda” Beting, responsável pelo projeto de branding da empresa. Em entrevista concedida ao Kritikê Podcast em 2024, Beting recordou que foi contratado para criar a identidade visual e o nome da marca, mas decidiu abrir o processo à participação popular, transformando a escolha em uma ação de engajamento nacional.
Concurso atraiu cerca de 120 mil participantes
O concurso atraiu cerca de 120 mil participantes e resultou em aproximadamente 200 mil sugestões. O regulamento previa que o autor do nome vencedor teria direito a passagens gratuitas vitalícias.
Após a triagem interna, dez nomes foram selecionados para votação pública. O resultado final apontou “Samba” como o mais votado, enquanto “Azul” ocupou a segunda posição.
O então chairman da companhia, o empresário luso-americano David Neeleman, expressou reservas quanto ao nome preferido pelos participantes. De acordo com o relato de Beting, Neeleman considerava que “Samba” poderia gerar interpretações negativas fora do Brasil, tornando a marca caricata.
Ele chegou a comparar a situação à de uma empresa italiana hipoteticamente chamada “Pizza”. O publicitário inicialmente defendeu a proposta, mas após consulta ao então presidente da Embraer, Frederico Curado, ouviu que um eventual atraso de voo poderia motivar trocadilhos indesejados com a expressão “sambou”. A observação levou o grupo a rever a decisão e adotar “Azul” como nome oficial.
Dois participantes contemplados
Com a mudança, surgiu a dúvida sobre o prêmio prometido. Segundo Beting, a solução foi contemplar os dois participantes que haviam sugerido e votado nos nomes Azul e Samba, concedendo-lhes viagens vitalícias.
Em nota à imprensa, Neeleman destacou que o nome escolhido simbolizava pureza, segurança, serenidade e lealdade, além de remeter ao céu e ao ato de voar.




