O governo do Japão emitiu um alerta inédito de possível megaterremoto na região norte do país após um tremor de magnitude 7,5 atingir a costa de Aomori na noite de segunda-feira (8). O abalo deixou ao menos 50 feridos, provocou danos a estradas e prédios, e levou milhares de moradores a centros de evacuação.
A medida preocupa principalmente a comunidade brasileira, estimada em mais de 200 mil pessoas, entre residentes e descendentes concentrados em províncias como Hokkaido, Aomori, Miyagi e Chiba.
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) destacou que o aviso não é uma previsão, mas uma orientação preventiva após observar padrões semelhantes aos que antecederam o terremoto de 2011, que deixou quase 20 mil mortos.
Autoridades lembram que, em 2011, um tremor de 7,3 ocorreu dois dias antes do abalo de magnitude 9, seguido pelo tsunami que devastou cidades litorâneas e danificou a usina nuclear de Fukushima Daiichi.
O alerta atual cobre 182 municípios, de Hokkaido até Chiba, ampliando a área que deve manter protocolos de evacuação e kits de emergência sempre acessíveis.

Governo reforça evacuação e pede que população durma vestida
A primeira-ministra Sanae Takaichi pediu calma, mas reforçou que moradores devem estar prontos para agir rapidamente.
Entre as recomendações das autoridades estão:
- manter mochila de emergência com água, alimentos e medicamentos;
- fixar móveis e eletrodomésticos às paredes;
- dormir com roupas do dia, para facilitar uma fuga rápida;
- revisar rotas e pontos de encontro familiares.
Mais de 200 pessoas buscaram abrigo em Hidaka, Hokkaido, onde a temperatura chegou a -7,8°C na manhã de terça-feira.
Feridos, danos e risco de tsunami
O impacto inicial incluiu:
- pelo menos 50 feridos em Aomori e Hokkaido;
- mais de 10 réplicas entre magnitude 5,0 e 6,6;
- suspensão de escolas, serviços de água e transporte;
- interrupção parcial do Tohoku Shinkansen, linha de trem-bala;
- apagões que afetaram 2.700 casas;
- tsunami de até 70 centímetros registrado em Iwate.
O Ministério da Defesa informou que uma base militar em Hachinohe serviu como abrigo emergencial.
Apesar da proximidade com Fukushima, autoridades afirmam que não houve anormalidades em usinas nucleares nas regiões afetadas.



