O Banco Central informou nesta terça-feira (9) que 48,7 milhões de brasileiros ainda têm dinheiro esquecido em bancos e outras instituições financeiras. Somados, os valores disponíveis chegam a R$ 9,92 bilhões, de acordo com o balanço mais recente do Sistema de Valores a Receber (SVR), atualizado até outubro.
Segundo o BC, desde o início do programa, R$ 12,6 bilhões já foram devolvidos — sendo R$ 9,29 bilhões pagos a 31,5 milhões de pessoas físicas e R$ 3,31 bilhões a 3,5 milhões de empresas.
A consulta é gratuita, mas só pode ser feita no site oficial do Banco Central. Também é possível acessar pelo endereço alternativo do Meu BC.
Basta informar CPF ou CNPJ e data de nascimento ou abertura da empresa.
Se houver valores disponíveis, o resgate pode ser solicitado para uma conta vinculada ao Gov.br nível prata ou ouro.
O Banco Central reforça que não envia links por WhatsApp, SMS ou e-mail — qualquer mensagem dizendo o contrário é golpe.
Quanto os brasileiros têm a receber?
Embora o número de beneficiários seja alto, a maior parte dos valores é pequena:
- 65% (40 milhões) têm entre R$ 0 e R$ 10;
- 23% (14,4 milhões) têm entre R$ 10 e R$ 100;
- 9,8% (6 milhões) podem sacar entre R$ 100 e R$ 1.000;
- Apenas 1 milhão de pessoas (1,85%) têm valores acima de R$ 1.000.
Entre as empresas, o número de beneficiárias subiu para 4,9 milhões, com R$ 2,19 bilhões disponíveis. Pessoas físicas concentram R$ 7,73 bilhões do total.
A maior parte dos recursos está em bancos (R$ 6 bilhões). O restante se divide entre:
- Administradoras de consórcios — R$ 2,5 bilhões
- Cooperativas de crédito — R$ 866 milhões
- Instituições de pagamento — R$ 327 milhões
- Financeiras — R$ 202 milhões
- Corretoras e distribuidoras — R$ 8 milhões
- Outros — R$ 33 milhões
Pix automático facilita devolução
Desde junho, quem cadastrou CPF como chave Pix pode receber automaticamente valores esquecidos, sem precisar solicitar.
Nessa modalidade, o dinheiro é enviado pela instituição onde estava parado — o BC não envia aviso quando a transferência é feita.
Já empresas, contas conjuntas e instituições que ainda não aderiram ao Pix continuam exigindo o pedido manual.
O SVR reúne valores retidos por motivos como:
- tarifas cobradas indevidamente;
- contas encerradas com saldo;
- parcelas de consórcio;
- restituições não creditadas;
- recursos de instituições de pagamento;
- entre outros.
O Banco Central reforça que o serviço não prescreve: se o dinheiro existe, ele é do cidadão e pode ser resgatado a qualquer momento.




