Em um país onde mais de 76% dos trabalhadores não têm ensino superior completo, segundo dados do IBGE divulgados em 2023, ainda há espaço para profissões que oferecem salários elevados sem exigir um diploma universitário.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o Brasil alcançou a marca de 100,7 milhões de pessoas ocupadas, com crescimento de 12,3% no número de trabalhadores desde o início da série histórica. No entanto, o nível de escolaridade ainda é um desafio: quase 4 milhões de brasileiros com ensino superior trabalham em funções que não exigem diploma, revelando um desequilíbrio entre formação e mercado de trabalho.
Apesar disso, algumas carreiras técnicas e digitais vêm ganhando espaço e remuneração elevada, especialmente para profissionais que dominam habilidades práticas. A seguir, conheça seis carreiras com salários a partir de R$ 10 mil, acessíveis mesmo sem faculdade:
1. Copywriter
Com a ascensão do marketing digital, o copywriter se tornou um dos profissionais mais buscados por empresas que desejam vender mais pela internet. A função envolve a criação de textos persuasivos para anúncios, e-mails, páginas de vendas e redes sociais.
- Atuação: agências, infoprodutores, e-commerce, como freelancer ou em empresas.
- Faixa salarial: de R$ 8.000 a R$ 15.000 mensais, dependendo da experiência e área de atuação.
2. Editor de Vídeo
O crescimento do consumo de conteúdo digital impulsionou a demanda por editores de vídeo, que trabalham com plataformas como YouTube, redes sociais e cursos online. Profissionais com domínio de storytelling e motion designtendem a conquistar uma base sólida de clientes.
- Atuação: agências, influenciadores, empresas de educação online.
- Faixa salarial: entre R$ 9.000 e R$ 12.000 mensais, variando conforme os projetos.
3. Gestor de Tráfego Pago
O gestor de tráfego é responsável por criar e gerenciar campanhas em plataformas como Google Ads e Meta Ads. Com conhecimento técnico e boas estratégias, pode gerar excelentes resultados para clientes, o que reflete em bônus e remunerações mais altas.
- Atuação: agências de marketing, lojas virtuais, consultorias ou como autônomo.
- Faixa salarial: entre R$ 10.000 e R$ 25.000 mensais.
4. Instalador de Energia Solar
Com o avanço da energia limpa, instaladores de sistemas fotovoltaicos estão em alta. A profissão exige curso técnico, mas não requer graduação. O profissional atua na instalação e manutenção de painéis solares em áreas residenciais, rurais, comerciais e industriais.
- Atuação: construtoras, empresas de energia solar, autônomo.
- Faixa salarial: de R$ 10.000 a R$ 26.000 mensais, conforme a demanda e região.
5. Piloto de Avião
Embora não exija ensino superior, a carreira de piloto de aeronaves requer cursos específicos e certificações emitidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Após a formação e validação da licença, o profissional pode atuar em companhias nacionais e internacionais.
- Atuação: aviação comercial, executiva ou agrícola.
- Faixa salarial: entre R$ 11.000 e R$ 14.000 mensais, podendo ultrapassar esse valor.
6. Técnico em Logística
O avanço do comércio eletrônico impulsionou a procura por técnicos em logística, que atuam na organização, controle e otimização do fluxo de produtos e mercadorias. Embora seja uma formação técnica, é possível atuar com bons salários e oportunidades em empresas de grande porte.
- Atuação: transportadoras, centros de distribuição, empresas de varejo.
- Faixa salarial: de R$ 10.000 a R$ 17.000 mensais.
Mercado em mudança e oportunidades práticas
Apesar do avanço na escolarização, muitos profissionais com diploma ainda enfrentam dificuldades para atuar em áreas compatíveis com sua formação. Segundo levantamento da consultoria iDados, com base em dados da Pnad Contínua, o Brasil tem hoje mais pessoas formadas do que vagas que exigem ensino superior: são 18,3 milhões de graduados para 14,5 milhões de ocupações que demandam esse nível educacional.
Esse cenário reforça a valorização das habilidades técnicas, digitais e práticas, que têm se mostrado mais alinhadas com as necessidades imediatas do mercado — especialmente nas áreas de tecnologia, energia e comunicação.
