A partir de julho de 2025, começa a fase de testes da Nota Fiscal Eletrônica Nacional (NF-e Nacional), que substituirá os sistemas estaduais atualmente utilizados para emissão de documentos fiscais. A mudança, que integra a Reforma Tributária do Consumo aprovada em 2023 e sancionada em 2024, tem como objetivo unificar e modernizar o sistema de arrecadação, mas exigirá reajustes profundos nos sistemas fiscais e operacionais das empresas brasileiras.
A NF-e Nacional será obrigatória a partir de janeiro de 2026, e sua adoção se estenderá até 2032 — com possibilidade de prorrogação até 2033. Durante esse período de transição, os contribuintes precisarão conviver com dois modelos fiscais simultaneamente, o que aumentará a complexidade da gestão tributária.
O que muda com a NF-e Nacional?
A principal alteração é a substituição dos sistemas estaduais de emissão de nota fiscal por um modelo unificado nacional. A medida vale para todos os contribuintes que emitem:
- NF-e modelo 55 (utilizada na venda de produtos entre empresas)
- NFC-e modelo 65 (nota ao consumidor final no varejo)
O novo modelo já está preparado para incluir os novos tributos criados pela Reforma Tributária:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – substitui PIS e Cofins
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – substitui ICMS e ISS
- IS (Imposto Seletivo) – incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas
Cronograma da implantação: fique atento às datas
- 1º de julho de 2025: Início da fase de testes (ambiente de homologação). Empresas poderão validar seus sistemas sem impacto na operação real.
- 1º de outubro de 2025: Liberação do ambiente de produção. Empresas já poderão emitir notas no novo formato, embora não seja obrigatório.
- 1º de janeiro de 2026: Início da obrigatoriedade. Notas fiscais fora do novo padrão poderão ser rejeitadas pelo sistema.
Adaptação será desafiadora e precisa começar agora
Especialistas alertam que a adaptação à NF-e Nacional exigirá investimentos em tecnologia, revisão de processos internos e capacitação de equipes. Será necessário:
- Reconfigurar o ERP para o novo layout da nota;
- Atualizar regras de validação e cálculo de tributos;
- Garantir a apuração correta de CBS, IBS e IS;
- Manter controle simultâneo dos dois modelos fiscais até 2033.
Além disso, a definição das alíquotas finais da CBS e do IBS ainda está pendente, o que aumenta a incerteza e exige atenção redobrada no planejamento fiscal.
A NF-e Nacional é uma peça central no processo de modernização promovido pela Reforma Tributária. A unificação busca reduzir a complexidade do atual sistema, melhorar a fiscalização e facilitar a apuração e restituição de créditos tributários, especialmente para empresas que operam em múltiplos estados.
Segundo a Receita Federal, o novo modelo tem o potencial de tornar o sistema mais eficiente e seguro, mas o sucesso da transição depende diretamente do envolvimento e da preparação antecipada dos contribuintes.




