O salário mínimo em 2025 foi reajustado para R$ 1.518, um acréscimo de R$ 106 em relação ao valor vigente em 2024. O aumento, equivalente a 7,5%, supera a inflação do período medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), garantindo um ganho real de 2,5% para os trabalhadores. O novo valor foi formalizado em edição extra do Diário Oficial da União e começa a valer imediatamente para contratos trabalhistas, benefícios previdenciários e assistenciais vinculados ao piso nacional.
O reajuste representa mais do que uma simples correção monetária: ele reflete a nova política de valorização do salário mínimo aprovada em 2023 e atualizada no fim de 2024, que busca equilibrar ganhos reais com responsabilidade fiscal.
Entenda o novo modelo de cálculo do salário mínimo
Até 2024, a correção do salário mínimo considerava a inflação do ano anterior somada ao crescimento do PIB de dois anos antes, garantindo ganhos reais sempre que a economia avançava. No entanto, com a nova legislação aprovada pelo Senado, esse modelo foi substituído por um teto para o aumento real, que varia entre 0,6% e 2,5%, mesmo em cenários de crescimento mais robusto.
De acordo com o senador Rogério Carvalho (PT-SE), relator da nova regra, a fórmula atual foi pensada para proteger os mais vulneráveis, como aposentados, pensionistas e beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada), mesmo em contextos econômicos adversos.
Por outro lado, parlamentares da oposição, como senador Rogério Marinho (PL-RN), criticam a mudança e acusam o governo de ter se colocado em uma armadilha fiscal, ao manter os benefícios sociais indexados ao mínimo. Segundo Marinho, o novo formato pode limitar a flexibilidade orçamentária e pressionar as contas públicas em médio prazo.
Impacto nas contas públicas e nos programas sociais
O aumento do salário mínimo afeta diretamente as finanças do governo federal, pois ele serve de base para diversos benefícios sociais e previdenciários. Entre os mais impactados estão:
- Aposentadorias e pensões do INSS
- Benefício de Prestação Continuada (BPC)
- Bolsa Família, quando o critério de elegibilidade se relaciona à renda per capita
Segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, o reajuste já foi incorporado às projeções, que estimam um superávit primário de R$ 14,5 bilhões, mesmo após compensações e aumento de despesas. O orçamento também mantém os investimentos prioritários em áreas como:
- Educação: R$ 226,4 bilhões
- Saúde pública: R$ 245,1 bilhões
- Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento): R$ 57,6 bilhões
A nova regra foi formulada levando em conta as exigências do Regime Fiscal Sustentável, aprovado em 2023, que impõe limites para o crescimento das despesas primárias do governo.
O que muda na prática para o trabalhador?
O novo salário mínimo representa um alívio para famílias que dependem desse piso como principal fonte de renda. O aumento de R$ 106 mensais impacta diretamente os orçamentos domésticos e pode representar:
- Melhora no poder de compra em um cenário de alta acumulada nos preços de alimentos e energia
- Reajuste automático de benefícios sociais e assistenciais
- Valorização do trabalho formal
Apesar disso, o valor ainda é considerado insuficiente por economistas e entidades sindicais para cobrir o custo de vida nas grandes cidades. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo ideal em 2025 para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ultrapassar os R$ 6.000.