Com o agravamento das tensões geopolíticas e o risco crescente de um conflito nuclear, cresce também a busca por alternativas de sobrevivência caso o pior aconteça. O fenômeno, conhecido como inverno nuclear, provocaria uma queda drástica nas temperaturas globais, bloqueando a luz solar e inviabilizando a produção de alimentos. A isso se somariam a radiação persistente, o colapso das cadeias de abastecimento e a destruição de infraestrutura básica como energia, água e saneamento.
Um estudo publicado na revista Nature Food e divulgado pelo Indian Times analisou os impactos alimentares e ambientais de uma guerra nuclear global — e os resultados são alarmantes: até 6,7 bilhões de pessoas poderiam morrer de fome nos anos seguintes à catástrofe, principalmente devido ao colapso do sistema agrícola mundial.
Diante desse cenário devastador, o estudo identificou os países e territórios com maiores chances de garantir a sobrevivência de suas populações. A seguir, listamos os locais considerados mais seguros em caso de uma guerra nuclear, com base em critérios como autossuficiência alimentar, neutralidade política e isolamento geográfico.
Os 8 refúgios mais seguros do mundo
1. Nova Zelândia
Distante de zonas de conflito, com baixa densidade populacional e vastas áreas montanhosas, a Nova Zelândia é apontada como o local mais preparado para resistir a um colapso nuclear. Sua agricultura forte e relativa neutralidade internacional favorecem sua resiliência.
2. Austrália
Com uma localização remota no hemisfério sul e uma economia agrícola robusta, a Austrália aparece como outro destino estratégico. O país também adota uma postura diplomática prudente, o que reduziria suas chances de ser alvo direto.
3. Argentina
O solo fértil, o clima favorável e a abundância de recursos naturais fazem da Argentina uma potencial fortaleza alimentar em um cenário de crise global. A relativa neutralidade e a vasta extensão territorial aumentam seu potencial de sobrevivência.
4. Islândia
Isolada no Atlântico Norte, a Islândia combina uso de energia limpa e sustentável com baixa dependência externa. Sua capacidade de manter produção local de alimentos básicos e sua neutralidade histórica são trunfos importantes.
5. Suíça
Famosa por sua neutralidade em guerras e por manter um dos sistemas mais avançados de bunkers civis, a Suíça está altamente preparada para emergências nucleares. Seu planejamento inclui reservas estratégicas e treinamento da população.
6. Uruguai
Com uma agricultura eficiente e baixo envolvimento em conflitos internacionais, o Uruguai surge como uma opção segura na América do Sul. Sua estabilidade política e tamanho gerenciável favorecem respostas rápidas em crises.
7. Omã
Embora localizado em uma região sensível, Omã mantém uma política de neutralidade e estabilidade interna, com infraestrutura capaz de sustentar sua população em caso de isolamento global.
8. Antártida
Apesar de inabitada, a Antártida é mencionada por sua total neutralidade e isolamento extremo. Poderia funcionar como base de sobrevivência para missões científicas ou operações logísticas durante e após o conflito.
E O Brasil?
Embora não citado diretamente na pesquisa, o Brasil é frequentemente lembrado por especialistas como uma possível zona de segurança. Seu vasto território, diversidade climática, produção agrícola autossuficiente e abundância de água doce o colocam em vantagem em um mundo onde o comércio global foi interrompido. Além disso, a distância dos principais polos geopolíticos e a postura diplomática moderada aumentam suas chances de escapar de ataques diretos.
No entanto, desafios como desigualdade social, infraestrutura precária em algumas regiões e dependência de importações tecnológicas poderiam comprometer a adaptação em um cenário prolongado de crise.