A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento imediato e a suspensão da comercialização do lote 2408J5 do suplemento 100% Full Whey, da marca Fullife Nutrition, após análise laboratorial constatar graves irregularidades na composição do produto. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (23) e afeta todo o território nacional.
O suplemento, amplamente utilizado por atletas e praticantes de atividades físicas, apresentava no rótulo a ausência de glúten. No entanto, exames conduzidos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais, revelaram a presença de glúten, incluindo traços de trigo, cevada e centeio — cereais proibidos para quem possui doença celíaca ou intolerância alimentar.
Além disso, o rótulo apresentava alegações não permitidas, o que configura informações enganosas ao consumidor, segundo a Anvisa. A agência classificou a situação como de risco à saúde pública e solicitou que os consumidores interrompam o uso do produto imediatamente.
Canela também é alvo de proibição
Na mesma decisão, a Anvisa suspendeu o lote 371LAG2419 da Canela-da-China em pó, da marca Kinino, após testes constatarem a presença de amido, substância que não faz parte da composição original da especiaria.
A análise, também realizada pela Funed, identificou irregularidades histológicas, além da presença de matérias estranhas ao alimento, tanto em nível macroscópico quanto microscópico. Tais resultados estão em desacordo com os padrões sanitários brasileiros, comprometendo a autenticidade e segurança do produto.
Risco para celíacos e impacto à credibilidade das marcas
O consumo desses produtos adulterados representa alto risco para celíacos, que dependem de informações corretas nos rótulos para evitar reações adversas graves. No caso do Whey Protein Fullife, a presença oculta de glúten pode causar complicações intestinais, inflamações e deficiências nutricionais em indivíduos sensíveis.
A Anvisa destacou que tanto o suplemento quanto a canela representam potencial de contaminação alimentar e recomendou que os consumidores entrem em contato com as fabricantes para obter instruções de devolução ou reembolso.
Até o momento, nenhuma das empresas se manifestou oficialmente sobre o recolhimento dos produtos.