Um novo tipo de golpe bancário sofisticado e silencioso tem feito milhares de vítimas no Brasil. Conhecido como “Golpe da Mão Fantasma”, o esquema utiliza aplicativos legítimos de acesso remoto, como TeamViewer ou AnyDesk, para permitir que criminosos controlem o celular da vítima e realizem transferências via PIX, tudo isso sem levantar suspeitas imediatas.
Segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky, 10.162 tentativas desse golpe já foram identificadas no Brasil:
- 6.667 casos em 2024
- 3.495 só nos primeiros meses de 2025
Essa modalidade superou os antigos golpes por redirecionamento PIX, que caíram drasticamente após prisões relacionadas ao malware ATS (Automated Transfer System).
Como funciona o golpe?
- Ligação falsa de banco
O criminoso se passa por atendente de uma suposta central bancária e alerta sobre um problema na conta ou app do banco. - Pedido para instalar app de acesso remoto
A vítima é induzida a instalar programas como TeamViewer ou AnyDesk, sob o pretexto de “corrigir” a falha. - Acesso total ao celular
Após receber o código de acesso, o fraudador assume o controle do dispositivo — uma “mão invisível” passa a operar o celular remotamente. - Abertura do aplicativo bancário e inserção da senha
A vítima é orientada a abrir o app do banco e digitar sua senha. Nesse momento, o criminoso realiza transferências PIX rapidamente. - Fim do golpe: quando percebe, o dinheiro já foi transferido
A vítima assiste impotente enquanto as ações são feitas “sozinhas” no celular.
Queda dos antigos golpes, ascensão dos novos
Após a prisão de responsáveis por golpes com malware ATS, os criminosos migraram rapidamente para o uso de RMMs (Remote Monitoring and Management Tools). A Kaspersky destacou que:
“Fraudadores aprendem e adaptam seus métodos com rapidez. É essencial que usuários e instituições estejam sempre atualizados sobre as novas artimanhas”, alerta Fabio Assolini, diretor da Kaspersky.
O nome vem da sensação de ver o próprio celular sendo operado por uma “mão invisível” — uma experiência angustiante para as vítimas. Como os aplicativos usados são legítimos e amplamente aceitos nas lojas oficiais, muitas pessoas não percebem o perigo até ser tarde demais.