A Amazon está prestes a atingir um marco histórico: ter tantas máquinas quanto humanos atuando em seus centros de distribuição. Com mais de 1 milhão de robôs em operação, a empresa já assiste a uma redução gradual da força de trabalho humana e, segundo analistas, pode estar caminhando para uma reestruturação significativa de pessoal nos próximos anos.
Segundo o Wall Street Journal, a média de empregados por centro de distribuição caiu para 670 por unidade em 2023 — o menor patamar dos últimos 16 anos. A redução acontece em meio à expansão da automação e ao aumento da produtividade: o número de pacotes processados por funcionário saltou de 175 em 2015 para 3.870 em 2023.
A Amazon confirma que está investindo em inteligência artificial para otimizar a logística, o que inclui melhorias na previsão de demanda e na eficiência de seus robôs. Em comunicado interno, o CEO Andy Jassy afirmou que a automação tornará desnecessários diversos postos de trabalho atualmente ocupados por humanos. A expectativa é de que isso “reduza” o número de funcionários “nos próximos anos”.
Entre as tecnologias aplicadas estão robôs como o Vulcan, que seleciona produtos nas prateleiras, e o Proteus, primeiro robô autônomo da empresa, capaz de mover cargas de até 400 kg. Atualmente, 75% das entregas globais da Amazon contam com alguma forma de suporte robótico.
Apesar da possibilidade de cortes, a empresa afirma ter treinado mais de 700 mil funcionários para atuar em funções técnicas voltadas à robótica, como manutenção e supervisão de sistemas automatizados.
Reação e impacto
Com 1,56 milhão de empregados no mundo e status de segunda maior empregadora privada dos EUA, a Amazon pode protagonizar uma das maiores transições laborais do setor varejista. Funcionários ouvidos pela imprensa norte-americana relatam preocupação e surpresa com a velocidade das mudanças, temendo demissões em massa nos próximos ciclos.
A tendência reflete um movimento mais amplo da indústria, que aposta em automação para reduzir custos e acelerar entregas. No entanto, especialistas alertam para os desafios sociais e econômicos de uma substituição acelerada da mão de obra humana por máquinas.