Se você é fã de café preto, boas notícias: beber de uma a três xícaras por dia pode ajudar a proteger o coração e até reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares. É o que aponta um novo estudo publicado no periódico The Journal of Nutrition em junho.
Pesquisadores da Universidade Tufts analisaram dados de 46 mil adultos nos Estados Unidos, acompanhados por quase 20 anos. O resultado foi claro: quem consumia café com cafeína, sem açúcar e sem adição de gordura, apresentou redução de até 14% na mortalidade geral, além de menor risco de morte por doenças cardíacas.
O estudo, conduzido com base no banco de dados NHANES, cruzou informações de consumo alimentar com registros do National Death Index. A análise mostrou que o café preto – com menos de 2,5 g de açúcar e menos de 1 g de gordura saturada por xícara – está associado a menor risco de mortalidade por todas as causas.
No entanto, os pesquisadores fizeram um alerta: acrescentar açúcar, creme ou leite integral pode anular esses benefícios. “É importante lembrar que não é só o café, mas também o que colocamos nele”, afirmou Kristin Kirkpatrick, nutricionista da Cleveland Clinic, em entrevista ao Healthline.
Benefícios comprovados, mas com moderação
Apesar de os dados serem promissores, os autores enfatizam que a pesquisa observou apenas associações e não causas diretas. Ou seja, tomar café preto pode estar relacionado a hábitos mais saudáveis de forma geral.
Entre os possíveis mecanismos que explicam os benefícios do café estão a presença de polifenóis e cafeína, compostos que combatem inflamações, protegem o coração e melhoram a sensibilidade à insulina. Há ainda evidências de que o café contribui para a saúde do fígado, do cérebro e do intestino, além de ajudar no controle de peso e no desempenho físico.
Mas atenção aos excessos
Embora o consumo moderado de café tenha sido associado a efeitos positivos, beber mais de três xícaras por dia não mostrou benefícios adicionais. Além disso, quantidades excessivas de cafeína podem causar ansiedade, insônia, palpitações e até dependência.
Pessoas com problemas cardíacos ou sensibilidade à cafeína devem consultar um médico antes de aumentar o consumo.