O Brasil enfrenta um cenário alarmante quanto ao déficit previdenciário. Até 2027, as despesas em previdência, que já representam uma significativa parcela do déficit fiscal nacional, estão previstas para crescer aceleradamente.
Em 2023, o déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) era de 2,45% do Produto Interno Bruto (PIB), indicando a necessidade urgente de novas reformas antes de 2027. O governo e especialistas reconhecem a complexidade do problema e sinalizam para ações urgentes.
Problemas atuais no sistema previdenciário
O aumento do déficit previdenciário é impulsionado por múltiplos fatores. O envelhecimento populacional e a elevação da expectativa de vida sobrecarregam as finanças do INSS.
Além disso, as políticas de reajuste do salário mínimo acima da inflação agravam a situação. Desde o início do século, a arrecadação do Regime Geral dos Trabalhadores da Iniciativa Privada (RGPS) cobria uma parcela maior das despesas totais.
Em 2023, essa cobertura caiu para 65,9% dos gastos, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Pressões financeiras nas diretrizes orçamentárias
A proporção dos gastos previdenciários em relação ao PIB continua subindo. As diretrizes orçamentárias preveem que, em 2025, o déficit do INSS será de 2,58% do PIB, e a expectativa é que aumente para 11,59% até 2100. Este cenário acende alertas sobre a viabilidade do sistema diante da crescente pressão financeira sobre o orçamento público.
Políticas públicas e reformas desempenham um papel fundamental na evolução deste quadro. A reintrodução do aumento real do salário mínimo afeta diretamente o déficit, uma vez que cada real adicional no mínimo gera cerca de R$ 400 milhões em despesas. Quase 70% dos benefícios previdenciários se vinculam ao salário mínimo, intensificando o desafio financeiro.