Em junho, a Food and Drug Administration (FDA) – basicamente a Anvisa dos Estados Unidos – aprovou o lenacapavir como mais uma alternativa de profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). Segundo a Revista Galileu, a FDA tomou essa decisão depois que dois ensaios clínicos de fase 3 mostraram que o remédio teve uma eficácia de 99,9% na hora de prevenir a infecção pelo vírus.
O lenacapavir já era comercializado nos Estados Unidos desde 2022 como um medicamento para pessoas infectadas que tenham resistência a antirretrovirais – remédios usados para tratar infecções por retrovírus, como o HIV – comuns.
Como o lenacapavir previne contra o HIV
Como explica a Galileu, o lenacapavir tem um funcionamento um pouco diferente de outros antirretrovirais. A maioria desses medicamentos interfere na produção do material genético do vírus. Já o lenacapavir impede que se forme o capsídeo, estrutura que guarda o RNA do vírus e possibilita que ele se replique e entra nas células. Sem o capsídeo se formar, o vírus fica impedido de se replicar e a infecção fica sob controle.
O lenacapavir é administrado sob a forma de uma injeção, normalmente aplicada no abdômen, com o medicamento sendo armazenado no tecido adiposo. O remédio é liberado aos poucos no organismo e continua agindo por até seis meses. Ou seja, com esse novo tratamento, pessoas podem se prevenir do vírus HIV com apenas duas injeções por ano.
“A grande vantagem do lenacapavir é a sua posologia [forma de uso]”, explicou o infectologista Moacyr Silva Junior, do Einstein Hospital Israelita, à Galileu. “A adesão ao tratamento preventivo é facilitada, à medida que ele exige apenas duas doses de uma injeção, espaçadas por seis meses cada.”