Tubarões, ursos e cobras são frequentemente apontados como os grandes vilões do reino animal. Mas, na prática, o animal que mais mata seres humanos não tem presas afiadas nem veneno potente. Ele é pequeno, comum em praticamente todo o planeta e muitas vezes visto apenas como um incômodo: o mosquito.
Segundo a American Mosquito Control Association, esse inseto é responsável por mais de 1 milhão de mortes por ano em todo o mundo. Alguns especialistas estimam que o número real possa chegar a 2 a 3 milhões de vítimas anuais, principalmente devido às doenças que transmite.
Os mosquitos atuam como vetores de doenças graves, transmitindo vírus e parasitas que afetam milhões de pessoas anualmente. O maior vilão é o gênero Anopheles, cujas fêmeas transmitem a malária ao injetar protozoários do gênero Plasmodium na corrente sanguínea durante a picada.
A malária sozinha é responsável por cerca de 600 mil mortes por ano e 249 milhões de casos em 2022, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas o perigo não para por aí: outras doenças transmitidas por mosquitos incluem:
- Dengue – ameaça quase 4 bilhões de pessoas em regiões tropicais;
- Chikungunya – já detectada em mais de 100 países;
- Zika vírus – pode causar complicações neurológicas e má-formação fetal;
- Vírus do Nilo Ocidental – causa doenças neurológicas graves em várias partes do mundo;
- Filariose linfática – atinge 51 milhões de pessoas em 44 países, segundo a OMS.
Os números em perspectiva
Para entender o impacto, basta comparar com outros animais comumente temidos:
- Tubarões: em média, 10 mortes por ano no mundo;
- Ursos: apenas 1 morte por ano na América do Norte;
- Cobras: cerca de 140 mil mortes anuais — muito abaixo dos mosquitos;
- Vacas (sim, vacas): de 20 a 22 mortes por ano apenas nos EUA.
Apesar do pânico causado por predadores e animais venenosos, nenhum se aproxima da letalidade dos mosquitos, que se tornam perigosos não por suas picadas em si, mas pelas doenças que carregam.
Por que devemos nos preocupar?
Os mosquitos estão presentes em quase todas as regiões do planeta — mais de 3.700 espécies já foram identificadas. Alterações climáticas, invasão de novas espécies e resistência a inseticidas têm dificultado o controle dessas populações, ampliando o risco de surtos.
Além disso, doenças como a malária, mesmo sendo preveníveis e tratáveis, ainda ameaçam 3,2 bilhões de pessoas no mundo, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).




