A Guiana, situada na América do Sul próximo ao Brasil, é o único país a alcançar a autossuficiência alimentar completa. O estudo, publicado na revista Nature Food em maio deste ano, revelou que a Guiana é autossuficiente nos sete grupos alimentares essenciais: frutas, vegetais, carnes, laticínios, peixes, proteínas vegetais e alimentos amiláceos.
Essa conquista ganha relevância diante das crises globais e mudanças climáticas, que destacam a importância de produzir internamente alimentos sem depender de importações.
Metodologia do estudo
O estudo analisou 186 nações e a Guiana se destacou por não depender de industrialização avançada ou grandes inovações agrícolas. Com vastas terras agricultáveis, disponibilidade de água e clima favorável, a Guiana estabeleceu uma produção variada e sustentável.
Esta situação serve de exemplo para outras nações que buscam equilibrar sua balança de importações e exportações de alimentos.
Em termos de autossuficiência alimentar, países como China e Vietnã lideram com produção interna suficiente em seis categorias. No entanto, apenas a Guiana atende totalmente a todas as categorias alimentares básicas.
Comparação com o Brasil
Em contraste, o Brasil apresenta deficiências nas mesmas categorias examinadas — vegetais e pescados. De acordo com o estudo, o Brasil é autossuficiente em cinco das sete categorias, mas ainda depende de importações para vegetais e carnes marinhas.
A dependência de importações deixa o Brasil vulnerável a choques no comércio internacional de alimentos, seja por tensões políticas ou por desastres naturais.
A dependência internacional de alimentos, presente em muitas nações, pode causar crises de segurança alimentar. A interrupção de cadeias de abastecimento, devido a tensões ou desastres, afeta a capacidade de garantir a alimentação de milhões de pessoas.